A queda de braço entre a Secretaria Estadual da Educação e os professores das três universidades estaduais em greve (Uneb, Uesf e Uesb) teve mais um capítulo nesta quinta-feira. A sétima rodada de negociação, que se estendeu do início da manhã até meados da tarde, porém, terminou sem nenhum encaminhamento que pudesse indicar o fim das paralisações, que deixaram mais de 52 mil alunos sem aulas no Estado desde o início da semana.
Ao final da reunião, na qual os representantes dos grevistas esperavam ouvir um posicionamento do secretário Adeum Sauer a respeito da incorporação de gratificações aos salários da categoria, a única garantia que os professores tiveram foi a promessa, feita pelo secretário, de finalmente instalar a mesa setorial da Educação para discutir a pauta de reivindicações na quarta-feira da próxima semana, dia 6 de junho.
"Esperávamos receber uma contraproposta, mas o governo não apresentou nenhuma. O mais incrível é que tinham se comprometido a instalar a mesa da Educação hoje [quinta], não na próxima semana. Inclusive, temos a cópia do ofício assinado pelos secretários da Educação e da Administração [Manoel Vitório] neste sentido. Isso tudo demonstra que o governo não está interessado em negociar", disse Aldrin Castellucci, diretor da Aduneb (Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia).
Os professores das universidades estaduais querem a incorporação dos 27,2% da GEAA (Gratificação de Estímulo às Atividades Acadêmicas) aos salários, reposição de perdas históricas e garantia de 5% da receita líquida de impostos do Estado para a educação superior, entre outros pontos. Segundo Castellucci, o governo estabeleceu que só irá apresentar uma resposta às demandas dos professores em 18 de junho.
Já o secretário Adeum Sauer afirmou que a instalação da mesa setorial e o avanço da negociação com a categoria dependem do fim da greve. As associações de professores da Uneb, Uesf e Uesb marcaram para a próxima terça-feira, 5 de junho, assembléias para deliberar sobre a continuidade do movimento ou a interrupção da paralisação, como exige o governo.