Primeira sexta do mês e do ano
Pereira de Sousa
Todas as primeiras sextas dedicamo-las de modo especial ao Sacratíssimo Coração de Jesus. Na Bahia, há a tradição de irmos à colina sagrada pedir proteção ao divino Jesus para todo o ano. Jamais me devo cansar de louvar estes meus irmãos que vão à Igreja basílica do Bonfim na primeira sexta. Bendito seja o Divino Espírito Santo, que inoculou a fé nestas almas de São Salvador.
Com isto e depois disto, volto a escrever sobre a primeira sexta do mês. A Igreja tem especial carinho pelas primeiras sextas-feiras de cada mês desde as revelações a Santa Margarida Maria de Alacoque.
As intenções que o santo padre recomenda aos filhos do Apostolado da Oração, pelas quais devemos interceder junto do trono da Divina Misericórdia, são as seguintes: 1 - Para que o esforço na realização da plena comunhão dos cristãos faça crescer a reconciliação e a paz entre todos os povos da Terra. 2 - Para que os cristãos saibam acolher com respeito e caridade os migrantes reconhecendo em cada pessoa a imagem de Deus.
Se conseguir resumir toda a riqueza que essas intenções pressupõem, terei cumprido meu dever de incentivar cada vez mais os membros dos veneráveis associados do Apostolado da Oração.
Primeira intenção: para que o esforço na realização da plena comunhão dos cristãos faça crescer a reconciliação e a paz entre todos os povos da terra. A unidade de todos os cristãos será motivo para que os povos da Terra se reconciliem também entre si. Plena comunhão dos cristãos, isto é, união e reconciliação entre todos os que adoram Cristo Senhor, isto é, união entre todas as denominações de católicos, ortodoxos de todos os matizes, gregos ortodoxos, armênios, corpas, os maiores grupos que se formaram após a dissidência de Lutero.
Quando será que todos nos sentemos à mesa da comunhão e demos o exemplo de unidade de fé e amor a Jesus que todos dizemos adorar? Desde o Concílio do Vaticano II que o chamado ecumenismo tomou conta das consciências cristãs, chegando a dizer que o maior escândalo para os povos é ver que os cristãos não se unem de verdade para mostrar ao mundo que Jesus é, de fato, o Senhor da história e o único salvador do mundo.
O concílio deu o exemplo ao publicar o solene decreto Unitatis Reditegratio sobre o ecumenismo.
Este decreto define o que é o ecumenismo ao formular os princípios católicos do ecumenismo e com toda a humildade pede que os esforços para a unidade se intensifiquem cada vez mais e solenemente declare: este o sagrado mistério da unidade da Igreja, em Cristo e por Cristo, realizando o Espírito Santo a variedade de ministérios. Desse mistério, o supremo modelo e princípio é a unidade de um só Deus, o Pai e Filho no Espírito Santo, na Trindade de pessoas.
Disse-nos o senhor cardeal Agnelo, nosso arcebispo, que o papa João Paulo II ia à frente de todo o mundo na questão de ecumenismo. Por essa causa, envidou todos os encontros do Assis e outros. Morreu em abril, mas no céu continuará a interceder por essa integração de todos os cristãos. A segunda intenção ainda é mais rica: que todos vejamos ao migrante a imagem de Deus!