Conversas informais, namoros na porta de casa e boa vizinhança são tradições simples que a cada dia estão ameaçadas no bairro Santo Antônio Além do Carmo. Onde reinava uma atmosfera bucólica há poucas décadas, hoje se observa a insegurança dos moradores; o avanço da compra dos casarões; o interesse da iniciativa privada por criar empreendimentos comerciais e a falta de manutenção de calçadas, praças e outros serviços públicos.
Quem já passou por lá pôde perceber que as calçadas são estreitas característica histórica inalterável , mas que poderiam servir melhor à locomoção de pedestres se não fossem os inúmeros carros parados sobre elas, devido à falta de estacionamentos. A Praça do Largo do Santo Antônio ainda guarda de lembrança o coreto, mas os equipamentos de lazer estão deteriorados.
Há 36 anos morando no bairro, o marchand e colecionador Dimitri Ganzelevitch, critica a ausência do poder público na região e a demora da implantação de projetos baseados em estudos socioculturais que visem à preservação arquitetônica, paisagística e habitacional, como prevê o Plano de Reabilitação do Centro Antigo de Salvador, elaborado pelas três esferas governamentais, após a criação do Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador (Erca), em 2007 . Esse Plano de Reabilitação é uma brincadeira. Não fizeram nada até agora, a não ser publicar um livro que custou uma fortuna, diz.
Projetos - Segundo a assessoria do Erca, o bairro de Santo Antônio está incluso no Plano de Reabilitação, no entanto, os projetos continuam sendo discutidos para o bairro, um dos poucos do Centro Histórico que ainda conserva uma característica residencial e mantém o mesmo traçado viário e a mesma forma de ocupação dos lotes, preservando seu patrimônio arquitetônico, herdado dos séculos XVI e XVII. O projeto prevê a aquisição de vários imóveis na área do Carmo e sua transformação de uso habitacional para comércio e lazer, informa.
Segundo o escritório, os investimentos não irão retirar a característica residencial do bairro. O órgão reconhece, ainda, a necessidade de novos estacionamentos para atender à demanda, já que o fluxo tende a aumentar.
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