Economizar é a palavra de ordem na compra de material escolar. Com o início das aulas da rede particular de ensino, na segunda, as livrarias e papelarias de Salvador ampliaram a movimentação em mais de 50% neste sábado. Mesmo realizando as compras de última hora, os pais buscam comparar preços na tentativa de redução de gastos. A troca de livros surge como boa opção para fugir das despesas.
A professora Nilza Barbosa, 56 anos, que mantém três pontos de troca de livros, aconselha que as comunidades se organizem e incentivem a troca do material nas associações de bairro ou no próprio condomínio. “Temos que proliferar a educação e essa é uma boa alternativa para quem tem dificuldade de comprar os livros. Afinal, ler é um bem social para todos”, diz. Próximo do início das aulas, a professora chega a realizar cerca de cem trocas.
As unidades de permuta (Mercês, Baixa dos Sapateiros e Liberdade) recebem doação de todos os tipos de livros. Vendem alguns exemplares novos a preços mais em conta. No entanto, a prioridade é a troca para que haja rotatividade, conforme ressalta Alexana Barbosa, filha da professora Nilza, que fica responsável pela comercialização nas Mercês, na Rua do Rosário, nº 4.
O funcionário público federal, Ney Alfredo Pinto, tem dois filhos, Nicolas, 14, e Ingrid, 10. Ney só compra livros em último caso. “Geralmente consigo trocar e faço uma economia grande, diminuindo até 60% do orçamento dos materiais escolares”, afirma.
Quando a compra é feita em livrarias, resta aos pais pedirem desconto ou buscar preços mais baratos. O funcionário público Márcio Carvalho fez pesquisa de preço e das formas de pagamento. “Vou escolher um local que divida mais vezes no cartão porque os valores estão parecidos”, ressaltou neste sábado, enquanto procurava os últimos livros para sua filha que cursa a 6ª série.
Solange Alexandrina Paim deixou tudo para a última hora e somente ontem iniciou a busca de materiais. “Faltou dinheiro, por isso adiei. Agora não tenho saída porque as aulas já vão começar, mas vou passar pelo menos em três livrarias pra comparar”, disse. No geral, o movimento nas lojas se intensificou a partir da última quarta-feira, após o Carnaval.
A funcionária da Livraria Monteiro, Judite Machado, conta que não fica sem cliente durante esse período do ano. Enquanto ela pega um livro, chega alguém para pedir informações, outro pergunta preço, pede material. “O movimento aumenta e a gente tem que aproveitar porque no decorrer do ano não temos nada disso”, afirma. Para facilitar no atendimento aos clientes, as livrarias e papelarias do Centro ampliaram o horário de funcionamento aos sábados.