Docentes de 7 dos 220 colégios da capital baiana aderiram ao movimento
Em assembleia realizada nesta tgerça-feira, 9, os professores da rede particular de ensino de Salvador decidiram dar continuidade à paralisação, iniciada na última segunda, 8.
Até o final da tarde, docentes de sete dos 220 colégios particulares da capital baiana já haviam aderido completamente à greve: Instituto Social da Bahia (Isba), Colégio São Paulo, Módulo, Oficina, Anchieta, Mendel e Cândido Portinari.
Com a adesão destas instituições de ensino, cerca de seis mil alunos já estão sem aula em Salvador. Apenas os estudantes do 3º ano do ensino médio continuam frequentando aulas normalmente.
A previsão do Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (Sinpro) é que, com o passar dos dias, mais profissionais suspendam as atividades letivas.
Entre as reivindicações da categoria estão o reajuste de 7,6% mais ganho real de 10%, remuneração dos trabalhos extraclasse, como correção de provas dos estudantes, e melhorias nas condições de saúde, como acompanhamento por médicos do trabalho.
Os professores pedem, ainda, a ampliação do recesso do meio do ano, de duas para três semanas, e a unificação dos calendários letivos das escolas.
No final do mês passado, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe) ofereceu apenas o reajuste de 7,16%. No entanto, a proposta não foi aceita pela categoria.
"A última negociação aconteceu em 20 de junho. De lá para cá, não houve nenhum tipo de diálogo. Continuamos aguardando que o sindicato patronal apresente uma proposta que contemple a reivindicação dos professores", disse a diretora de comunicação do Sinpro, Cristina Souto.
A reportagem de A TARDE tentou contato com a diretoria do Sinepe, mas não obteve resposta da entidade até o fechamento desta edição.
Apoio e reclamação
Embora apoiem a causa dos professores, os alunos dos colégios onde as atividades foram suspensas se dizem prejudicados pela greve. É o caso da aluna Viviane Santana, 16, que cursa o 2º ano do ensino médio no Colégio Isba.
A estudante pretende prestar vestibular no final do ano e acredita que não terá o mesmo desempenho caso as aulas não retomem ainda esta semana. "Mesmo que seja só para treinar, sou vestibulanda, preciso ver os assuntos como os que cursam o 3º ano. Espero que a paralisação não se prolongue a ponto de prejudicar a mim e os demais alunos", disse.
Já a estudante Camila Alves, 17, aluna do 2º ano do ensino médio do Módulo, teme pela reposição das aulas nos finais de semana. "Acho legítima a greve, porém seremos prejudicados depois, pois o pouco tempo de descanso deve ser usado para a reposição das aulas", afirmou.