Na falta de pontes sobre a via, idosos cruzam avenida indiferentes ao risco de atropelo
Moradores da Avenida Afrânio Peixoto, mais conhecida como Suburbana, sofrem com a falta de passarelas no local. Para atravessar a avenida, que tem 12,3 km de extensão, os pedestres se arriscam e cruzam as pistas em meio aos carros.
Há mais de 20 anos morando no bairro de Plataforma, o empresário Élder Azevedo disse que, quando alguém precisa passar de um lado ao outro da avenida, é obrigado a se arriscar em meio aos veículos. "Sempre acontecem acidentes por aqui. Uma vez, quase fui atropelado ao passar de uma via para outra", afirmou.
Enquanto estava no local, a equipe de reportagem flagrou várias situações de perigo. Entre elas, idosos disputando espaço com carros no meio da pista e adultos atravessando a via correndo e com criança no colo.
"Sei que estou arriscando a minha vida e a da minha sobrinha, mas é único jeito para passar. Se tivesse uma passarela aqui, melhoraria muito a vida dos pedestres", disse a manicure Maria Lourdes dos Santos.
Acidentes
Devido à falta de segurança na travessia de pedestres, vários acidentes têm sido registrados ao longo da avenida. Em 2012, a Suburbana foi a sexta em número de ocorrências, registrando 835 casos, segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador).
Quanto às mortes, a via ocupou o segundo lugar, com 14 mortos em acidentes, perdendo apenas para a Paralela, onde houve 24.
Para piorar a situação atual, dos 16 semáforos existentes na Suburbana, 3 que ficam próximos ao supermercado Bompreço estão quebrados, causando transtornos a pedestres e motoristas.
"Além de os condutores não respeitarem os pedestres, os semáforos estão quebrados há quase 15 dias. Está horrível esta situação", diz a auxiliar de serviços gerais Ana Santos.
De acordo com a assessoria da prefeitura, um projeto para a construção de passarelas na avenida Suburbana está sendo feito pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e que a prefeitura apenas executará a obra.
A assessoria da Conder disse não ter conhecimento de qualquer projeto relativo à construção dos equipamentos na referida via pública. Afirmou, ainda, que as passarelas que estão sendo feitas pelo órgão são as da Via Expressa e a de Lauro de Freitas.