Um dos suspeitos de matar a menina Franciele Gomes de Souza, de 6 anos, no bairro de Pernambués, Laíre Luiz Araújo dos Santos, o Lare ou Arial, 21, se apresentou ontem no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Preso em cumprimento ao mandado de prisão temporária pela morte da garota, no dia 6 deste mês, Laíre foi um dos homens que chegaram à localidade do Alto do Cruzeiro, perseguiram e atiraram em Emerson Carlos Oliveira de Souza, o Poio, 20.
Emerson correu para dentro do bar do avô de Franciele, que também é pai da ex-vereadora e dançarina Léo Kret. No local acontecia uma festa de aniversário, com mais de 150 pessoas.
Franciele foi uma das seis pessoas baleadas no local. Ela não resistiu. Os outros feridos já receberam alta médica do Hospital Geral do Estado.
Segundo a titular da Delegacia de Homicídios Central, Clelba Teles, Laíre nega o crime, mas foi reconhecido por testemunhas. "As testemunhas reconheceram ele ontem (anteontem) com 100% de certeza", afirmou.
A delegada explica que Arial faz parte da quadrilha de traficantes chefiada por Ismael Carlos Duarte dos Santos, o Pezão, cuja atuação é na localidade do Barro, em Pernambués.
O grupo de Pezão é rival do bando de Luciano Silva dos Santos, 26, o Babalu, que domina o tráfico na região da Horta, mesmo estando preso. Emerson seria do bando de Babalu e por isso foi alvo dos tiros que o atingiram na cabeça e na virilha.
Quadrilha
De acordo com Clelba Teles, Arial estava na companhia de Leonardo Santos de Santana, o Léo, quando efetuou os disparos. Porém outros membros da quadrilha foram ao local para dar apoio à ação. São eles Pezão, Uelder Duarte dos Santos, Marcos Conceição Miranda, o Marquinhos, além de dois indivíduos de prenome Cacá e Liu. A namorada de um deles estava no aniversário e avisou sobre a presença de Emerson na festa.
"Todos estão com mandados de prisão em aberto", afirma a delegada. O grupo saiu de Pernambués e está escondido em outro bairro de Salvador.
Segundo Clelba Teles, Emerson negou ser o alvo dos tiros, mas as investigações apontam que ele pertence ao bando de Babalu.
"É guerra mesmo. O fato dos membros das quadrilhas rivais se encontrarem é o suficiente para um querer matar o outro", ressalta.
Laíre disse que passou pelo local onde Franciele foi morta, mas negou ser o autor dos tiros e membro da quadrilha de Pezão. Mas a polícia encontrou fotos dele ao lado dos comparsas.
Além de integrar o grupo de traficantes, Arial já responde a processo por roubo.
As localidades da Horta e Barro, em Pernambués, são os territórios em disputa pelos traficantes. Ficam próximas e situadas ao fundo da concessionária Grande Bahia, na avenida Paralela.