A médica foi libertada na última segunda-feira, 16
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ingressou com um recurso na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador para que seja reformada a decisão que revogou a prisão preventiva da médica Kátia Vargas, acusada de ter provocado o acidente que matou os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, em Ondina, no dia 11 de outubro.
O promotor de justiça Davi Gallo esclareceu que entrou, ainda, com uma solicitação na Polícia Federal para recolhimento do passaporte da oftalmologista.
Por sua vez, o advogado de defesa, Sérgio Habib, informou ao A TARDE que também entrou, nesta quinta-feira, 19, com um recurso contra a pronúncia no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), para que a médica não vá a júri popular.
Quanto ao pedido de retenção do passaporte da cliente, Habib garantiu que não "há por quê". Segundo ele, Kátia "está passando por tratamento com dois psiquiatras e recebe acompanhamento de um médico clínico, portanto sem intenção nem condições de viajar".
Gallo diz ser melhor prevenir: "Queremos impedir que ela tente sair do país enquanto aguarda o julgamento em liberdade".
Famílias
Segundo Daniel Keller, auxiliar de acusação e advogado da família dos irmãos, a mãe e alguns parentes de Emanoel e Emanuelle decidiram passar o período do Natal no interior, em vez de fazerem vigília no túmulo dos jovens, como havia sido divulgado anteriormente.
Ainda segundo Keller, a família ainda não decidiu se vai entrar com um recurso secundário para questionar a soltura da médica.
"Não há programação de atos públicos por parte da família, uma vez que estarão ausentes neste período de Natal", informou Keller.
De acordo com Sérgio Habib, Kátia passará o Natal em casa com o marido e a mãe, que se encontra com estado de saúde debilitado. Ainda de acordo com ele, os filhos da ré não estão no estado.
Kátia estava presa desde o dia 17 de outubro no Conjunto Penal Feminino, em Mata Escura, na capital. Após 60 dias presa, ela foi libertada na tarde da última segunda-feira, 16, quando teve o alvará de soltura concedido pelo juiz Moacyr Pitta Lima Filho.
O juiz também anunciou a decisão de levá-la a júri popular.
Caso
Kátia é acusada de ter arremessado o veículo que dirigia contra a motocicleta pilotada por Emanuel, que trazia a irmã na garupa.
O laudo elaborado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) confirmou o choque.
A defesa contratou o perito paulista Ricardo Molina, que, em meio a grande polêmica, contesta a conclusão da Polícia Técnica.