A festa, que acontece amanhã, é realizada desde 1745 e teve o título de Patrimônio Imaterial Naciona
Nesta quarta-feira, 15, às 9h, a Festa do Bonfim que completa 269 anos, recebe o título de Patrimônio Imaterial Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A solenidade ocorrerá após missa de ação de graças, na Basílica de Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim.
Com registro aprovado em 5 de junho de 2013, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, a honraria será entregue pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a presidente do Iphan, Jurema Machado. O templo é tombado pelo Iphan desde 1938.
"Desde a sua origem, a festa é ligada à cultura popular e entra no rol das manifestações populares mais importantes do Brasil. O título é o reconhecimento ao valor simbólico da festa e marca o início do trabalho no projeto da inscrição para patrimônio mundial pelo reconhecimento da Unesco", explicou o superintendente do Iphan-BA, Carlos Amorim.
Ainda segundo ele, pelo Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), é possível estabelecer parcerias com organizações públicas e privadas com o objetivo de captar recursos com vistas à preservação, valorização e ampliação dos bens que compõem o patrimônio.
A cerimônia de entrega do título contará com a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, do prefeito de Salvador, ACM Neto, do arcebispo dom Murilo Krieger, além do superintendente do Iphan-BA e do juiz da Irmandade do N. Sr. do Bonfim e N. Sra. da Guia, Arthur Napoleão.
"O melhor benefício é a garantia oficial de que a essência de toda a programação da Festa do Bonfim, como a novena, o cortejo, a lavagem, os ternos de reis, a missa solene e a procissão dos três pedidos, será mantida. Os valores cultural, religioso e espiritual estão garantidos", disse o reitor do templo, padre Edson Menezes.
Com o reconhecimento, cresce a expectativa da comunidade religiosa por melhorias na estrutura da festa. Há 16 anos na Devoção ao N. Sr. Bom Jesus do Bonfim, o tesoureiro Francisco Bastos espera haver mais financiamento.
"Passamos o ano inteiro pedindo contribuição, mas boa parte é de recursos próprios. É uma estrutura cara que chega aos R$ 150 mil, incluindo pintura, limpeza das peças sacras, fogos e outras demandas". Neste ano, os integrantes da devoção, que conta com 116 membros, irão entregar vassouras na chegada do cortejo das baianas.
Ainda segundo o reitor da Basílica, está sendo elaborado um projeto de reforma do templo e de todo o entorno, que deve finalizado ainda este ano. "As intervenções incluem a estrutura do altar principal, instalações elétricas, a urbanização da praça, as casas dos romeiros", detalha o padre Edson.