Decisão foi tomada após divulgação de vídeo feito por morador do Subúrbio Ferroviário
A Guarda Municipal de Salvador confirmou, na tarde desta segunda-feira, 3, o afastamento de agentes envolvidos em confusão com moradores na praia de Tubarão, no Subúrbio Ferroviário, no domingo, 2.
A decisão aconteceu após denúncia de populares, que enviaram um vídeo mostrando o suposto abuso de autoridade por parte de prepostos municipais e das polícias Civil e Militar durante a festa de Iemanjá no local.
Um processo administrativo foi aberto para apurar o caso e os profissionais afastados das ruas estão atuando em outras funções na sede da Guarda Municipal, na avenida San Martín. Eles podem ser punidos até com demissão.
A Polícia Civil informou que também irá abrir inquérito administrativo para apurar o ocorrido. A Polícia Militar não se pronunciou nesta segunda sobre o fato.
Segundo o presidente do Sindicato dos Pescadores do Subúrbio, Reinaldo Jorge, a entidade já impetrou uma ação no Ministério Público do Estado. Mas a assessoria do órgão informou, nesta segunda, que a denúncia não consta no sistema porque a pauta ainda será distribuída a um promotor.
Confusão
Conforme moradores, tiros foram disparados por prepostos da Guarda, que acompanhava fiscais da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município em uma operação de combate à poluição sonora. A confusão teria começado quando foram apreendidos aparelhos de som usados irregularmente na festa.
Mas, segundo a Polícia Civil, os disparos foram efetuados por integrantes de uma quadrilha de traficantes da localidade de Portelinha, que atiraram contra agentes municipais e policiais.
Anderson Barros, gerente de operações interino da Guarda, disse que não houve uso de arma pela corporação. "Houve alguns excessos por parte da Guarda, que estava com policiais civis e militares, mas serão apurados pela corregedoria. Se for constatada a responsabilidade de algum preposto, este será devidamente punido", assegurou.
O caso foi registrado na Central de Flagrante da 5ª Delegacia Territorial (Periperi), para onde foi conduzido o empresário Laerte Vasconcelos, detido e agredido enquanto filmava a operação.
Rondas
Os 96 guardas municipais liberados para portar armas de fogo, desde esta segunda, não ficarão em pontos fixos pela cidade. Eles atuarão em rondas nas viaturas para dar suporte aos que trabalham nas praças e prédios públicos.
A informação é do gerente Anderson Barros: "Como o número de capacitados é reduzido em comparação à tropa (de 1.296 integrantes), optamos por não fixá-los em alguns pontos", argumentou o gestor. Em seguida, completou: "Sempre que houver necessidade, os guardas fixos podem acionar as rondas".
De acordo com Barros, ainda este mês, mais 50 guardas devem se juntar ao seleto grupo que pode carregar as armas, de calibres 38 e 380. Depois do Carnaval, segundo ele, uma turma com mais 80 profissionais também deverá estar habilitada. A meta da prefeitura é capacitar todos até 2015.
"A próxima turma aguarda somente o resultado do laudo do psicoteste, que é a última fase antes de conceder o porte de arma, depois do curso teórico e da prática de tiro", explicou ele, acrescentando que a capacitação dura cerca de quatro meses e meio.
Vídeo mostra guardas municipais e policiais agredindo morador