Muzenza no Afródromo segunda-feira. Proposta deixou a desejar e sofrerá ajustes
Após um Carnaval com diversas mudanças, nesta quarta-feira, 5, foi dia de fazer balanço da folia em 2014. Chamaram a atenção, no entanto, os planos da prefeitura da capital para este ano, que terá mais shows e festa no aniversário da cidade (29 de março) e Copa do Mundo, em junho.
Para festejar os 465 anos de Salvador, a prefeitura prepara oito dias de festa, com shows na região do Comércio e Praça Cairu. As comemorações acontecerão de 23 a 30 de março e entre as atrações estarão Bell Marques, Léo Santana, Cheiro de Amor e Asa de Águia.
O prefeito ACM Neto também confirmou a realização "de um segundo Carnaval" nas proximidades do Mundial de futebol, provavelmente nos dias 14 e 15 de junho. As atrações seriam alguns dos principais blocos do Carnaval, com desfiles no Comércio ou na orla, em Jaguaribe.
Segundo o secretário de Desenvolvimento, Cultura e Turismo, Guilherme Bellintani, já foram iniciadas as conversas com alguns blocos tradicionais, que se mostraram abertos à proposta.
Carnaval
Durante a entrevista coletiva, a prefeitura apresentou números finais do Carnaval e avaliou os resultados das inovações.
Para o prefeito ACM Neto, a exclusividade dada às duas cervejarias com cotas de patrocínio - uma das principais reclamações de foliões - foi "acertadíssima", e será mantida em 2015. Foram apreendidas 8,1 mil unidades de bebidas "não autorizadas", que podem ser retiradas a partir do próximo dia 10.
"Nos obrigaram a beber uma coisa que não queríamos. Parece que não temos mais direitos", disse o folião Denilson Batista, 30.
Para o presidente do Conselho do Carnaval, Pedro Costa, a exclusividade não prejudicou: "Temos que discutir é como os blocos e artistas podem se beneficiar".
Anunciado como uma proposta para valorizar entidades de matrizes africana e indígena, o Afródromo sofreu com atrasos. O prefeito cogita a criação de um circuito alternativo, sem local definido: "As entidades precisam de organização e estruturação interna e a prefeitura está disposta a oferecer apoio".
A redução do Circuito Dodô (Centro), com a exclusão da rua Carlos Gomes, também desagradou muita gente. "O Carnaval da Carlos Gomes morreu. Já vinha morrendo há algum tempo, mas agora foi caixão e vela", reclamou o professor de literatura Edemir Flores, 69.
Já as inovações com o Furdunço foram aprovadas, apesar de atraso no desfile da Barra. "É uma coisa boa para o folião pipoca", avaliou a estudante Sandra Muniz, 32.
A reforma da Barra, que teve parte da obra entregue antes da folia, foi motivo de elogio. O comerciante José Eustáquio, 45, aprovou: "Ficou bonito". As obras no bairro têm previsão de serem retomadas hoje.