A jornalista Cleidiana Ramos foi uma das palestrantes do evento
Relatos sobre a vida e o legado de Irmã Dulce foram compartilhados entre pesquisadores e admiradores da beata, durante uma mesa-redonda realizada ontem no UCI Orient, do Shopping Iguatemi.
Segundo o realizador do evento, o assessor de memória e cultura das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Osvaldo Gouveia, a proposta faz parte do calendário de homenagens ao centenário da freira, que começou em maio deste ano e vai até 2015.
Para ele, a iniciativa superou a expectativa, que era a de causar uma reflexão sobre a obra da beata. "O Anjo Bom da Bahia é alvo de estudo nas escolas e dentro da igreja, mas a sua história nunca teve fácil acesso para toda a sociedade. Além de um desafio, essa iniciativa foi uma provocação para discussão da história da 'mãe dos pobres'. E tenho certeza de que boa parte do público saiu daqui pensando no legado e curiosos com a sua história", comentou Gouveia.
Reflexões
Com o tema "Centenário de Irmã Dulce: Histórias e Relatos", a mesa-redonda contou com a mediação do filósofo José Antônio Saja e com a participação da jornalista Cleidiana Ramos, do arquiteto Chico Senna, da escritora Mabel Veloso e do teólogo Frei Vandeí Santana.
A jornalista Cleidiana classificou a freira com uma pessoa pop devido a sua facilidade de dialogar com os diversos públicos. "Irmã Dulce é uma figura que ajuda a gente em uma coisa que é dificílima, que é falar de religião em jornal", destacou.
Já o arquiteto Chico Senna e a escritora Mabel Velloso contaram sobre como conheceram a freira e por que desenvolveram um amor incondicional por ela.
"Eu lembro que os estudantes iam pedir a bênção e ela dizia 'não cheguem perto, minha roupa está de hospital, estava com muito doentes. Não sei como ela aguentava vestir aquela capa preta pesada, porque era tão magrinha", brincou Mabel.
Em ritmo de recordações, a escritora lembrou de quando a freira deixava de tomar café da manhã para levar a comida para os que não tinham o que comer. "A partir dali, ela virou meu ícone e desejava sempre apertar a sua mão", frisou.
Osvaldo Gouveia reforçou que deseja promover outras atividades que estimulem o envolvimento entre os pesquisadores da freira e a sociedade. "A beata foi uma mulher à frente do seu tempo, com várias facetas: religiosa, empreendedora, mística, de ação social e mãe dos desassistidos, entre outros papéis", completou o assessor.
Longa-metragem
O próximo evento em comemoração ao centenário da beata baiana é a estreia do filme Irmã Dulce, que será lançado em todo o país no dia 27 de novembro.
O longa, estrelado pelas atrizes Bianca Comparato e Regina Braga, relata a trajetória da freira que usou a determinação e o amor para construir uma obra social com creches, hospitais e centros educacionais. A pré-estreia está prevista para o início do próximo mês, mas ainda sem data confirmada.