O grupo iniciou o protesto após o fim da assembleia realizada na tarde desta terça-feira, 19
A interrupção da circulação dos ônibus pela cidade, causada pela mobilização dos rodoviários, que fecharam as estações Lapa, Pirajá e Mussurunga, no final da tarde desta terça-feira, 19, poderá render multa para os três consórcios que atuam no setor. De acordo com o secretário municipal de Mobilidade, Fábio Motta, será cobrada multa diária de R$ 350 mil, calculada de acordo com o total de horas do protesto que manteve os ônibus parados nas estações. A multa, segundo Motta, é prevista em edital.
Oficialmente, o Sindicato dos Rodoviários informou por meio de nota que a greve, que estava programada para esta quarta-feira, 20, está suspensa. Os rodoviários reafirmaram, em segunda assembleia da categoria, na tarde desta terça-feira, a decisão de aceitar a proposta da Superintendência Regional do Trabalho, Emprego e Renda na Bahia (SRTE-BA), que prevê reajuste salarial de 10% e cancelaram a greve.

Policiais tentam negociar com os rodoviários o fim do protesto. Foto: Teófilo Henrique | Ag. A TARDE
O protesto, que gerou transtorno em vários pontos da cidade, aconteceu porque parte dos rodoviários discordou do valor de reajuste aprovado nas assembleias da categoria, pela manhã e pela tarde. Ao todo, mais de 200 rodoviários dissidentes protestaram na Lapa acusando o Sindicato dos Rodoviários de ter usado seguranças, mecânicos e funcionários das garagens para votar e aprovar a proposta que concedeu 10% de reajuste. Eles argumentaram ainda que o valor proposto pela SRTE-BA teria sido 10,75%. A reportagem do Portal A TARDE não conseguiu contato com a SRTE-BA.
Os rodoviários disseram que ficariam na Estação da Lapa até a chegada do presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira. O secretário Fábio Motta tentou fazer uma reunião com o grupo na sede da Transalvador, com a presença de dez integrantes do movimento, mas os rodoviários não enviaram representantes. Hélio Ferreira estaria presente no encontro.

Foto: Foto do leitor | Whatsapp
Após negociações com policiais do 18º BPM, por volta de 17h30 parte da pista de entrada da Lapa foi liberada mas os ônibus não circularam. Estiveram no local, o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, e membros do sindicato dos empregados como Jorge Ivan. "O melhor a se fazer é acatar o que foi decidido em assembleia. O protesto está sendo realizado por uma minoria", disse.
"É um movimento não apoiado pelo sindicato e é ilegal", acrescentou o assessor de Relações Sindicais do Sindicato das Empresas dos Transportes de Passageiros (Setps), Jorge Castro, por telefone à reportagem do Portal A TARDE. Ele disse também que "em 60 dias será montada uma comissão para analisar a possibilidade de implantação da participação nos Lucros e Resultados (PRL)".
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Junto com a polícia, Fabrizzio Muller tentou convencer os rodoviários a circular normalmente, levando os passageiros aos seus destinos e começar a greve a partir de meia-noite, como estava programado inicialmente. "A população não tem nada a ver com isso", disse Muller. Durante o protesto, a passageira Zorilda Francisca, 58, passou mal e foi colocada dentro de um coletivo. Ela disse que saiu do trabalho, pegou metrô e desceu na Lapa para pegar outro ônibus e não conseguiu.
Um ônibus da linha Sussuarana estava passando pelo Largo dos Barris, quando foi bloqueado pelos rodoviários e foi obrigado a encostar com todos os passageiros dentro do coletivo. "Se vai ter greve tem que avisar antes. O que a população tem a ver com isso?", questionou o passageiro Rafael Silva, 38, revoltado com a situação.