Local do aeroporto onde funcionário sofreu acidente
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) abriu inquérito, na segunda-feira, 15, para apurar as condições de segurança do trabalho nas operações da Lobeck Automação e Serviços, terceirizada que atua no aeroporto internacional de Salvador.
O procedimento foi aberto depois que o funcionário Edmilson Capistrano, 50 anos, sofreu um acidente de trabalho na manhã da última sexta. Ele foi atingido na cabeça por um aro de pneu que explodiu no momento da manutenção.
O rapaz, que perdeu parte da massa encefálica com o impacto do objeto, fez uma craniotomia - abertura cirúrgica do crânio com o objetivo de se obter acesso às meninges ou à massa encefálica - na segunda e está internado em estado grave na UTI do Hospital Geral do Estado, segundo a Secretaria da Saúde da Bahia.
"O objetivo é apurar se há e quais são as falhas na segurança, já que acidentes geralmente acontecem quando as precauções previstas nas normas regulamentadoras são descumpridas", disse o procurador Bernardo Guimarães, coordenador de primeiro grau do MPT-BA. Uma equipe da Superintendência Regional do Trabalho realizou vistoria no local.
Saúde
Familiares reclamaram da falta de assistência. O Boa Saúde, plano disponibilizado pela Lobeck, é ambulatorial e a empresa teria informado à sobrinha de Edmilson, Luciana Capistrano, que não possui condições de pagar um internamento em hospital particular.
"A empresa é absurdamente grande; a Infraero, que é contratante, também. E nenhuma das duas faz nada pelo profissional que trabalha com alta periculosidade", queixou-se Luciana.
Ainda segundo ela, a terceirizada ainda não teria emitido a comunicação de acidente do trabalho, o que dificulta a realização de alguns procedimentos.
Diretor da Lobeck, André Nunes disse que o documento foi emitido na segunda e que presta colaboração dentro do que obriga a lei. "Mantivemos contato com a família da vítima desde o acidente e enviamos um engenheiro para Salvador para acompanhar a situação".
No dia do acidente, trabalhadores do mesmo setor fizeram uma paralisação para denunciar irregularidades. Segundo eles, a frequência de acidente - este teria sido o terceiro nos últimos três meses - é motivada por desvio de função, falta de treinamento e de equipamento de segurança. Nunes negou a informação. "Não falta EPI (equipamento de proteção individual) e não há desvio de função".