No Nordeste de Amaralina, movimento de clientes à procura de frutas foi intenso
A tradição de fazer compras em feiras de rua, montadas em bairros da capital, continua viva. Prova disso é a movimentação, sobretudo em dias de domingo, em locais como Nordeste de Amaralina, próximo ao fim de linha.
"Vem gente de tudo quanto é lugar aqui porque oferecemos variedade, qualidade e preço bom", diz a vendedora Maria Rita dos Santos, 56, que trabalha no local há quatro anos.
Aposentada, Janilda Gomes, 73, reside na Pituba e ontem, pela primeira vez, visitou a feira do Nordeste de Amaralina. Ela frequentava outra, localizada na Calçada, Cidade Baixa.
"Mas é muito longe de onde moro e, para ir uma vez por semana, ficava cansativo. Como minha irmã já compra aqui há anos, me indicou. Estou gostando da variedade", revelou Janilda.
Já Marisa Oliveira, 56, compra frutas e verduras no local há cerca de 10 anos. Segundo ela, no final das compras, o preço equivale à metade do que seria gasto em um supermercado. Mas "o ideal é chegar bem cedo, por volta das 6h30 manhã. Tem mais opções e (o local) está mais vazio", recomendou.
Na feira, encontra-se saco com 100 laranjas por R$ 5, e geralmente os preços são por unidade. "São bons lugares para pechinchar. Eles pedem R$ 3, você dá R$ 2 e está tudo certo. Opto por feiras há 12 anos", disse o aposentado Francisco Novais, 80.
Variedade
Quem pensa que a feira é destino apenas para quem quer comprar alimentos, está enganado. Há, também, utensílios domésticos, CDs e até roupas.
"Aqui o preço mais caro de uma peça é R$ 25", contou Neide dos Santos, 60, que optou por comercializar roupas masculinas e já chegou a vender R$ 600 em uma manhã de trabalho. "Tem lugar para todo mundo", frisou.
O movimento e a variedade de alimentos não são diferentes na feira da Boca do Rio. No local, é possível encontrar frutas e legumes de agricultura familiar.
O comerciante Leandro Ferreira, 29, vende frutas e polpas de fruta, que retira da própria fazenda. "São produtos mais naturais, sem agrotóxico e com preços melhores que os encontrados em mercados", explicou.
De acordo com ele, o movimento sempre oscila, e o momento mais agitado é entre 8h e 10h. "O hábito de comprar em feiras é mais dos idosos, que gostam de acordar cedo. Os jovens estão percebendo a necessidade de se alimentar melhor e estão descobrindo as feiras de bairro agora", observou.
Já em Itapuã, os "queridinhos" do público são os frutos do mar. A vendedora Edileuza dos Santos trabalha no local há 40 anos e garantiu ter clientes espalhados por Salvador e Lauro de Freitas. Morador de Stella Maris, Flávio Santos, 34, é cliente de Edileuza há 10 anos. Ele afirmou que a praticidade, o preço e a qualidade dos frutos do mar é que o fazem comprador regular.