Área externa está tomada pelo mato e com pichações
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) respondeu, via assessoria de comunicação, que, desde o início deste ano, a prefeitura anunciou a devolução do imóvel ao estado. Também por meio da assessoria, a Secretaria Estadual da Administração (Saeb) rebateu que o município deve devolver o imóvel em perfeitas condições.
Em nota, a secretaria estadual alegou aguardar, desde o período posterior ao incêndio, a prefeitura encaminhar o plano de trabalho da obra de recuperação do Solar Boa Vista, para poder celebrar o termo de convênio com o município, que deverá restaurar o imóvel.
De acordo com o texto enviado pela Saeb, após o incêndio, foi acordado que a prefeitura seria responsável por limpar o entulho, orçar a restauração do imóvel, contratar a empresa para executar a reforma, apresentar o plano de trabalho e os cronogramas físico e financeiro da obra, o que não teria sido feito até então.
O estado teria se comprometido, ainda, em repassar ao município os R$ 646,5 mil do seguro do imóvel, assim como fiscalizar a execução da reforma, segundo a nota. O repasse, assim como a assinatura do convênio, diz o texto, só ocorrerá após a administração municipal cumprir tais etapas.
Por fim, a nota da Saeb reitera que, nesse intervalo, vem cobrando o município, por meio dos ofícios 232/ 2015, 468/2015, 1145/2015 e 023/2016, para que o acordo seja cumprido. Procurada novamente, para replicar as informações fornecidas pela Saeb, a Smed não respondeu até o fechamento desta edição.
História
Construído no século XVIII pelo mercador de escravos Manoel José Machado, além de, ironicamente, ter sido moradia do poeta Castro Alves, o Solar Boa Vista chegou a sediar o Asilo São João de Deus e a própria prefeitura de Salvador.
De acordo com descrição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), trata-se de um solar suburbano de construção robusta à base de alvenaria de pedras, com divisória de paredes francesas. Possui um pequeno pátio central, com um mirante em forma de torre, que era comum nas construções de famílias abastadas.
As fachadas são emolduradas por cunhais (ângulo formado por duas paredes convergentes) superpostos por coruchéus (torre pontiaguda em forma de pirâmide). Possui, ainda, uma capela com teto em gamela no térreo, além de um saguão central com três lances de escadaria.