Pacientes, psicólogos e terapeutas participam da Parada do Orgulho Louco
Duas frentes na defesa pela dignidade humana são celebradas nesta quarta-feira, 18: a luta antimanicomial e o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Em Salvador, uma série de atividades lembra a importância desta data na garantia de direitos de portadores de transtornos mentais e de jovens.
Na quinta, 19, às 9h, será realizada uma sessão especial no Centro de Cultura da Câmara. O evento irá homenagear o professor Marcus Vinícius Matraga, assassinado no início do ano e reconhecido ativista pela reforma psiquiátrica no Brasil.
Na sexta, 20, a partir das 16h30, acontece no auditório da sede do Planserv, na avenida ACM, uma palestra sobre a importância dos vínculos sociais na reorganização emocional e psíquica de pacientes.
No sábado, 21, será realizada a IX Parada do Orgulho Louco, às 9h, no Farol da Barra, promovida pelo Coletivo Baiano da Luta Antimanicomial (CBLA).
Já com relação às crianças e adolescentes, acontece nesta quarta a distribuição de material informativo pelo Comitê Estadual de Enfrentamento, na Praça Municipal. Nas praças de pedágio da Estrada do Coco (BA-099) e da BA-093 também serão distribuídos folhetos informativos.
Na quinta, às 14h, acontece o Festival Artístico Cultural, no Centro Cultural da Câmara, para alertar a população sobre o combate ao abuso e exploração sexual. O evento será encerrado com balões que serão liberados no Elevador Lacerda com mensagens sobre a importância da proteção e denúncia.
Outro olhar
Para a psicóloga Renata Pimentel, o principal avanço na luta antimanicomial diz respeito ao direito de os portadores de transtornos mentais serem tratados em liberdade.
"Temos que pôr isso em pauta e alcançar as pessoas. Trazer outro olhar para esses sujeitos que são cidadãos também", afirmou.
Ela critica o sucateamento dos serviços que são oferecidos para esses pacientes. "O poder público não pauta essa situação como prioridade", acrescentou.
Também psicóloga, Laís Mendes ressaltou a mudança na lógica de cuidado dos pacientes. "Saiu da manicomial, onde pacientes ficavam encarcerados, e vai para uma em que os usuários passam a ter convivência social. Isso quebra o estigma de louco", disse.
No caso do abuso e exploração sexual, o coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Waldemar Oliveira, disse que o principal avanço foi a redução no número de casos de exploração sexual cometidos por turistas. "Isso se deve às campanhas locais feitas desde 1994 e reforçadas por outras instituições. Elas têm surtido efeito", frisou.
Segundo ele, é preciso estabelecer políticas públicas para retirar adolescentes em situações de exploração.