O imóvel era usado pelo bando de Químico como quartel-general
A saga criminosa de Dilson da Paz dos Santos, de 36 anos, o Renato Químico, chegou ao fim na última sexta, 10, após anos de atuação no Lobato, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
Ele morreu no Hospital do Subúrbio, na tarde daquele dia, depois de trocar tiros com investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, na BR-324, próximo à Brasilgás, segundo versão oficial.
Com oito mandados de prisão em aberto por homicídios e tráfico de drogas, ele foi localizado após diversas denúncias. "Ele ia se reunir com alguns comparsas para organizar uma invasão à Santa Luzia [do Lobato]", revelou o delegado Odair Carneiro, titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM).
Químico era apontado pela Polícia Civil como um dos mais perigosos criminosos da capital e vinha sendo investigado, há anos, por envolvimento em mais de 20 homicídios no Subúrbio, entre 2014 e 2015, e por tráfico.
Segundo Carneiro, ele atuava com mão de ferro nas localidades da Prainha, Corre Mole, Linha do Trem e Estação, todas no Lobato. "Ele era independente, um grande fornecedor de drogas. Não tinha ligações com nehuma facção, nem com a Katiara, nem com o Bonde do Maluco. Era um cara com um grande poder econômico", afirmou.
Quando confrontou a polícia, Químico estava em seu carro, um Fiat Strada prata, com um comparsa que consegiu fugir.
Armas, drogas e dinheiro
Durante a operação, os policiais apreenderam em uma casa, em Campinas de Pirajá, 60 km de maconha prensada, R$ 8,4 mil, uma submetralhadora, uma espingarda calibre 12, cinco pistolas de calibres 45, 9mm, ponto 40 e 380, dois revólveres calibre 38 e uma balança de precisão eletrônica. O imóvel era utilizado por Químico para armazenar drogas e armas.
A polícia chegou ao local após informações passadas pela população via Disque Denúncia. Cerca de 12 investigadores do DHPP participaram da ação, que foi coordenada pelos delegados Odair Carneiro e José Bezerra, diretor do DHPP. A polícia continua investigando o bando de Químico.
Preso uma única vez
De acordo com o delegado Odair Carneiro, embora Renato Químico fosse um dos mais atuantes e violentos criminosos do estado, ele só havia sido preso uma única vez por tráfico de drogas. "Ele só andava escondido, era muito difícil prendê-lo", avaliou Carneiro.
Conforme ele, a operação da sexta foi para cumprir os mandados de prisão contra Químico. Ele era o Dez de Ouros do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP/ BA) e também integrava o Almanaque do DHPP, como um dos mais procurados pela polícia.