Versão da morte de PM ainda não foi confirmada
O policial militar Daniel Santana de Alcântara, 38 anos, que morreu na madrugada desta quarta-feira, 19, após ser baleado no bairro de São Gonçalo do Retiro, teria sido confundido com um assaltante. O atentado ocorreu por volta das 11h da noite de terça, 18, na Rua Direta, próximo a uma escadaria que dá acesso à BR-324.
A versão, não confirmada oficialmente, circula em um áudio divulgado por meio do WhatsApp. Na gravação, uma voz masculina diz, inicialmente, que o soldado parou na região porque o pneu do carro dele furou. “O cara [Daniel] foi trocar o pneu. Veio um cara e matou ele”, relata.
Em seguida, o homem muda a narrativa e diz que “o policial estava “bêbado”, desceu a rua errada e bateu em carros estacionados. “Um morador viu, achou que era ladrão. Viu a arma na cintura. Aí foi, tapeou, abafou o cara, matou o cara e se saiu. Quando foi ver, o cara era polícia. Esse cara [o suspeito] se saiu. Dizem que os homens estão lá. Tá cheio de polícia lá. Já invadiram a casa desse cara e já estão com a foto dele. É isso aí que eu tô sabendo”, finaliza.
A assessoria da PM informou que uma guarnição da 23ª CIPM (Tancredo Neves) chegou a socorrer Daniel para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), onde ele deu entrada à 0h25. O óbito foi confirmado cerca de três horas depois. Conforme a perícia, um dos disparos atingiu a veia femoral da coxa de Daniel.
O soldado será enterrado às 11h da manhã desta quinta, 20, no Cemitério do Campo Santo.
Polícia já tem suspeito
A TARDE apurou que um homem identificado como Alexandre dos Santos Silva, o Xande, é apontado como o principal suspeito de ter assassinado o militar. Até o início da noite desta quarta, porém, ninguém havia sido preso pela força-tarefa da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), responsável por apurar assassinatos de policiais no Estado. O delegado Odair Carneiro, titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), informou que a investigação está em andamento e, por ora, não é possível tipificar o crime como homicídio ou latrocínio [roubo seguido de morte]. Enquanto isso, afirma, as equipes continuam em diligências “Algumas pessoas estão sendo ouvidas”, resumiu. A associação da categoria diz que Daniel é o 18º militar morto este ano na Bahia.
Foi à festa de um amigo
Colegas de farda contaram que, momentos antes de ser baleado, Daniel estava numa festa, realizada na casa de um amigo, morador da região. Eles lamentaram a morte do soldado, a quem classificaramcomo um profissional exemplar. “Estou muito sentido. Ele era um companheiro de serviço sem igual. Sempre alegre. Vai fazer falta”, disse um policial. “Mais um irmão de farda que teve a sua vida ceifada. Cadê os direitos humanos agora? “, criticou outro. Daniel, que morava no bairro de Itapuã, era lotado no 18º Batalhão da PM, no Centro Histórico. O militar deixa um casal de filhos pequenos.