Em Salvador, foram registrados cerca de 518 casos em relação ao ano de 2015
O número de casos de caxumba aumentou quase 2.500% até a 40ª semana deste ano, em Salvador. De acordo com o balanço feito pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), foram registrados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) 596 casos de Caxumba na Bahia, sendo 540 somente na capital. No ano de 2015, foram informados à Sesab só 37 ocorrências em todo o estado. Em Salvador, foram 22.
Ainda de acordo com o órgão, os municípios de Lauro de Freitas, Muniz Ferreira, Apuarema e Paulo Afonso já notificaram surtos de Caxumba no Sinan, envolvendo 65 pessoas. Em Salvador, até o momento foram notificados 16 surtos (três em unidades de empresa de telemarketing, 11 escolas, um em uma república de estudante e um em um hospital), além dos casos individuais.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todos os 117 postos básicos de saúde da rede municipal estão abastecidas com a vacina que protege contra a doença. A imunização (tríplice e tetraviral) faz parte do calendário básico da criança e deve ser aplicada em bebês em duas doses: 12 meses e 15 meses. Contudo a vacina também é indicada para pessoas com até 49 anos que não tomaram as doses necessárias. Os jovens entre 2 e 19 anos podem ser imunizadas observando um intervalo de 30 dias entre as duas doses.
A especialista e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jacy Andrade, ao ser questionada pelo Portal A TARDE sobre o que contribui para esse crescimento, afirmou que a falta de preocupação dos indivíduos com o cartão de vacina é o fator de maior influência para a contaminação da Caxumba, conhecida popularmente como "papeira".
“Tem pessoas, principalmente os adultos, que não estão adequadamente vacinados para se prevenir contra a doença. E, a maioria, não tem preocupação nenhuma em atualizar o cartão de vacinação”, afirmou Jacy.
Ela ainda orienta que, para a prevenção da doença, todos devem estar adequadamente vacinados com doses de tríplice-viral, vacina que combate o sarampo, rubéola e a caxumba.
“O que eu recomendo é que todos fiquem atentos as vacinas. É necessário duas doses de tríplice-viral. No posto, qualquer um pode se vacinar gratuitamente. Tem pessoas que não checam o cartão de vacina e pensam que apenas tomando uma dose já está devidamente imune a doença, mas não”, revelou.
Sintomas
Popularmente conhecida como "papeira", a caxumba, é uma doença provocada por um vírus da família paramyxovirus, que provoca inflamação nas glândulas responsáveis pela produção de saliva.
Os seus principais sintomas são: inchaço e dor nas laterais do pescoço, logo abaixo do maxilar.
Complicações
A caxumba pode gerar complicações graves, como meningite viral – uma forma mais grave da infecção que atinge as membranas que envolvem o encéfalo. Também é possível desenvolver orquite, que é a inflamação dos testículos, e a ooforite, inflamação dos ovários. A doença também pode contribuir para a surdez, embora seja um caso raro.