Entrega de caruru é tradição na feira da Sete Portas
Por volta das 12h30 desta quarta-feira, 27, já era possível observar a fila que se formava nas proximidades da barraca Chapéu de Couro, na feira das Sete Portas. O cheiro do azeite de dendê que incensava os corredores do local anunciava o caruru para São Cosme e São Damião promovido pelo babalorixá André Nery.
Com 20 anos de tradição, o caruru que é distribuído gratuitamente reúne centenas de pessoas, que, além de ir em busca de proteção, exercem sua fé.
A aposentada Natalina Bispo, 74 anos, conta que saiu de Bonito, na região da Chapada Diamantina, para participar pela primeira vez da tradição dos santos gêmeos. “Falei com minha filha que tinha o desejo de conhecer as festividades. Foram mais de 450 km para chegar até aqui, mas creio que tudo valeu a pena”, conta a aposentada.
A filha Eliene Bispo, 42 anos, conta que fez questão de levar a mãe para participar do caruru . “Participamos da missa na capela de São Cosme e Damião, e, em seguida, vim completar a tradição que é comer o caruru. Foi um dia bastante proveitoso, encontramos paz, amor e união”, disse.
Motivação
Para a auxiliar de serviços gerais Sueli da Cruz, 49 anos, a fé por São Cosme e São Damião motiva várias pessoas a procurar o caruru como forma de agradecimento pelas graças alcançadas.
“Cheguei em cima da hora e esperei quase uma hora na fila como um símbolo de respeito. Sempre que venho, no momento que estou apreciando o caruru, agradeço aos orixás por tudo e também peço proteção e fortalecimento”, diz Sueli.
O anfitrião André Nery, conta que a preparação iniciou-se há duas semanas, começando pela compra dos produtos. “Selecionamos os melhores produtos para o caruru. Além disso, eu e mais cinco pessoas fazemos toda a preparação. Quem ajuda no preparo são pessoas de confiança com muita bondade no coração”, afirma o babalorixá.
Ele informa que, em média, são distribuídos cerca de 700 pratos. “Encerramos o dia com a tradicional distribuição de doces para as crianças e com muito agradecimento”, diz André.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira