Obra de contenção da encosta do Barro Branco, que deslizou em 2016, está sendo executada pelo município
Seis áreas da capital baiana que possuem sistema de alerta e alarme contra deslizamentos de terra, enchentes e desabamentos estão sendo visitadas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) para testar e dar manutenção aos equipamentos.
O objetivo, explicou o órgão, é que eles – situados em Marotinho (Bom Juá), Baixa de Santa Rita, Baixa do Fiscal (Pedro Ferrão), Alto da Terezinha, Calabetão e Vila Picasso (Boa Vista de São Caetano) – estejam funcionando na época de chuvas.
É a partir de março, de acordo com o meteorologista Heráclito Alves, que as precipitações se intensificam na capital baiana, geralmente. Somente entre abril e maio, no entanto, que os maiores volumes de chuva caem sobre a cidade – o que pode gerar acidentes.
“O normal para Salvador é esse, mas em outros meses do ano também pode chover, como no começo do inverno, por exemplo”, pondera o especialista.
Investimentos
Segundo a Codesal, as sirenes, instaladas nos bairros em junho e setembro de 2016, são disparadas caso chova 150 milímetros nessas áreas, criando alerta no Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec), na sede do órgão.
Além disso, segundo o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo, lonas usadas na cobertura de encostas foram adquiridas desde dezembro. “As atividades, focadas em prevenção, são realizadas durante todo o ano, mas com a possibilidade de maior índice pluviométrico, atestados nas médias históricas, as ações são intensificadas”, explicou ele.
A equipe de reportagem de A TARDE entrou em contato com a Defesa Civil do Estado a fim de saber quais ações estavam sendo pensadas para o período chuvoso na capital, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi enviada pela assessoria de comunicação do órgão baiano.
Prevenção
A Codesal, por sua vez, também não respondeu qual o tamanho do investimento federal nessa área, por meio de repasses financeiros feitos à prefeitura. A pasta municipal informou apenas, mas sem detalhamento, que R$ 40 milhões já foram investidos em contenção de encostas desde 2016.
Na última quarta-feira, 21, uma reunião para unificar ações contra as chuvas reuniu técnicos da Defesa Civil, da Limpurb e das secretarias municipais de Manutenção (Seman), de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).
No encontro, de acordo com comunicado divulgado pela Codesal, foram definidas prioridades, como limpeza e drenagem de canais, poda de árvores e coleta de lixo. Ações do tipo, segundo o órgão, têm impacto sem lidar diretamente com as questões de defesa civil.
Sobre isso, o gerente de serviços especiais da Limpurb, Marcos Antônio Ramos Bandeira, informou, por meio da Codesal, que empresa pública de limpeza “executa periodicamente os serviços de roçagem, gancheamento, raspagem de terra, limpeza de encostas, limpeza de valas, capinação e retirada de lixo nos pontos críticos da cidade”.
Ele disse ainda que campanhas educativas fazem parte da preparação para evitar acidentes em tempos de precipitação maior. “Nesse período que antecede a Operação Chuva, algumas equipes já estão à disposição da Defesa Civil”, destacou Ramos Bandeira.