Franco Adailton | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE
A Transalvador estima que o retorno às aulas deverá provocar aumento no fluxo
A partir desta segunda-feira, 9, a calmaria que havia tomado conta da cidade durante o período junino termina junto com a volta às aulas. Dentre os milhares de veículos que devem voltar a circular diariamente na capital baiana, estão os 1.180 que realizam transporte escolar em diversos bairros. Pelo menos, estes são os que estão com a situação regularizada junto à Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob).
A Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) estima que o retorno às aulas deverá provocar aumento de 47% no fluxo da avenida Paralela. De acordo com informações do órgão, outra via que deverá sofrer um aumento exponencial no tráfego é a avenida ACM, com 38% a mais no fluxo.
Com isso, o número de veículos por dia na Paralela deve saltar de cerca de 72 mil para aproximados 136 mil. Na ACM, a frota diária deverá passar de cerca de 116 mil para 186 mil.
Para reduzir os impactos, informa a nota da autarquia, de hoje até sexta-feira será realizada a Operação Volta às Aulas nas escolas que atraem grande fluxo, sempre das 11h às 13h.
As instituições escolhidas para a operação são o Salesiano de Nazaré (09/7), o Sartre COC Itaigara (10/7), a Gurilândia (11/7), o Maristas (12/7) e o Nossa Senhora da Conceição (13/7).
Fiscalização
A Semob realiza duas vistorias anuais (uma por semestre) para verificar itens de segurança, como estado dos pneus, extintores e sistema elétrico.
São observados pela Semob, também, o estado de conservação, o funcionamento do controlador de velocidade (tacógrafo), condições de tráfego, higiene, além da documentação dos veículos e a validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do titular e do motorista auxiliar.
Passadas as etapas de verificação, explica o titular da Semob, Fábio Mota, cada veículo recebe um selo de qualidade que atesta a inspeção. "É o que deve ser observado antes de os pais contratarem o transporte para seus filhos. O veículo que não tiver é clandestino", alerta.
De acordo com o secretário, as principais infrações cometidas por empresas de transporte escolar são a falta de inspeção, além da CNH fora da validade do motorista auxiliar. Em 2017, a primeira resultou em 171 notificações, enquanto a segunda motivou 119 autos.
"No momento da inspeção, o motorista titular também cadastra o documento do auxiliar, para que se revezem nos turnos", explica. "Com isso, acompanhamos as datas de vencimento dos documentos por meio de nosso sistema e, se for o caso, notificamos", prossegue Mota.
Em relação aos clandestinos, continua o secretário, em todo o ano passado, 119 veículos foram apreendidos pela Transalvador, autarquia da Semob. "Isso por causa das blitze que a Transalvador realiza nas proximidades das escolas", garante o gestor público.
Débora diz que considerou a praticidade para o deslocamento de Breno | Foto: Luciano Carcará | Ag. A TARDE
Critérios
Para contratar o serviço de transporte escolar, a administradora Débora Silva, 37 anos, considerou a praticidade – por não ter como levar o filho Breno Silva, 10, que estuda à tarde –, o roteiro que atende somente a uma escola e a economia de tempo no deslocamento do bairro da Fazenda Grande do Retiro até o Bonfim.
"Antes de tudo, contratei o serviço por indicações de pessoas próximas, que asseguraram qualidade no transporte e cuidado com as crianças", enfatizou.
"Além disso, a van transporta os estudantes todos de uma mesma escola, o que reduz o itinerário e aumenta a segurança no trânsito", completa a administradora Débora.
Além disso, continua a mãe, o percurso único faz com o que a criança saia mais tarde de casa e, por consequência, chegue mais cedo. "No ano retrasado, ele tinha que sair mais de uma hora antes do início das aulas e chegava em casa quase 19h", calcula.
Já a servidora pública Rita Cerqueira, 43 anos, é mãe de uma adolescente de 16, que mora a 10 minutos da escola, mas opta pelo transporte escolar por motivos de segurança. "Ela poderia ir de transporte público, mas, infelizmente, há o risco de assaltos", lamenta.
Por mês, a mãe desembolsa R$ 400 somente com a despesa de transporte escolar, quase o dobro do gasto que teria, caso a garota utilizasse o serviço público. "É uma conta que pesa no orçamento, por que ainda tem a mensalidade, porém não vejo alternativa, já que não posso levá-la", concluiu.