Silvânia Nascimento | Fotos | Uendel Galter | Ag. A TARDE
Durante a confusão, o aeroporto ficou lotado de passageiros que buscavam informações sobre os voos marcados
Sentada numa cadeira de espera do Aeroporto Internacional de Salvador, a enfermeira Deisiana Oliveira Silva, de 30 anos, aguardava por uma resposta sobre o seu voo que estava marcado para as 19h40 da sexta-feira, 22, e foi cancelado após uma pane elétrica no sistema de iluminação da pista principal. A viagem, planejada desde o início do ano, tinha uma grande relevância: ela cantaria no casamento de sua melhor amiga no Pará.
Após quase 24 horas de espera por um posicionamento da companhia Latam, na sexta, ela foi informada que não conseguiria ser remanejada para outro voo, restando a ela, duas opções: o reembolso das passagens áreas ou um embarque previsto para o domingo, 23, às 23h.
Em lágrimas, ela, que é moradora da cidade de Canarana (distante a 506 Km de Salvador) comentou os transtornos enfrentados com o cancelamento da viagem.
“Você sabe o que é ter uma história e ver tudo acabar por causa de um voo? Era o casamento da minha melhor amiga. Ela está lá desesperada, aguardando a minha chegada, mas não vou conseguir ir porque a cerimônia será no domingo pela manhã e não tem voo”, lamentou.
Os tumultos começaram no início na tarde de quinta passada, quando cerca de três pousos previstos para Salvador foram desviados para outras cidades decorrente da pista (10/28) que ficou inoperante.
Pouco depois do início da aglomeração no aeroporto por conta dos atrasos e cancelamentos de voos, a administradora do terminal divulgou uma nota lamentando a morte de um funcionário de uma das empresas responsáveis pela manutenção do estabelecimento.
O profissional, que não teve a identidade revelada, faleceu depois de sofrer um choque elétrico durante uma atividade operacional no aeroporto, segundo a empresa.
Procurada pela equipe de reportagem de A TARDE, a assessoria de comunicação da Vinci Airports informou que a pista ficou aberta das 6h às 8h30. Depois foi reaberta das 13h30 às 15h15, onde “essas janelas de abertura permitiram que fosse dada vazão de voos atrasados”.
Acompanhado da esposa, o gerente comercial Eliel Oliveira Rezende, 28 anos, veio de Campo Grande (Mato Grosso do Sul) assistir a partida entre Brasil e Venezuela, ocorrida na última terça, e também passou por sérios transtornos para tentar embarcar.
"Chegamos meio-dia e nosso voo estava marcado para 14h40. Depois de ficarmos três horas e 20 minutos em pé, mandaram a gente fazer check in e despacharmos as malas. A menina do embarque mandou a gente sair correndo dizendo que o comandante do embarque só estava esperando por nós pra fechar a porta do avião”, contou Rezende.
No entanto, o esforço não garantiu o embarque. “Corremos iguais a loucos e não conseguimos viajar. Não só a gente, mas cerca de 20 passageiros que também iriam nesse voo ficaram para trás. Agora estamos aqui sem previsão de nada. É um total descaso. Até nossas malas não sabemos onde foi parar. Ninguém diz nada. Minha esposa é nutricionista e amanhã cedo precisa estar no consultório. E aí ? Eles vão arcar com o prejuízo?", questionou o gerente comercial.
Ainda no informe, a Vinci esclareceu “que mesmo tendo havido um problema na infraestrutura do aeroporto, a relação de consumo se dá entre companhias aéreas e passageiros”.
Eliel veio de Mato Grosso do Sul e também teve problemas para embarcar (Foto | Uendel Galter | Ag. A TARDE)