População fez trajeto do desfile cívico da Independência da Bahia, no sentido inverso, na volta das esculturas dos símbolos da festividade
Considerados símbolos da Independência da Bahia, as imagens do caboclo e da cabocla foram levadas de volta para o Pavilhão da Independência, no bairro da Lapinha, em Salvdar, na noite desta sexta-feira, 5. As esculturas estavam na praça do Campo Grande, centro da cidade, desde o dia do cortejo do 2 de Julho.
Após dia de homenagens por centenas de devotos que levaram oferendas e fizeram as suas preces, o encerramento da programação do festejo cívico ocorreu em clima de alegria e diversão.
Vestidos em fantasias coloridas, o público foi animado por grupos culturais, fanfarras e pela Orquestra do Maestro Reginaldo de Xangô, que tradicionalmente participa do evento.
“Fazemos o mesmo percurso da ida. É uma festa que a população de Salvador conhece muito pouco, uma celebração muito divertida. As pessoas vão acompanhando e este ano estava um pouco mais vazia comparada ao ano anterior, o que facilitou, deixando a festa mais bonita e organizada. Temos um projeto de fazer uma memorial do 2 de Julho, na Lapinha, e deixar aberto o ano inteiro para que as pessoas possam visitar”, frisou o presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro.
Esculpido por Manoel Inácio da Costa, o caboclo corresponde aos índios e mestiços baianos que lutaram pela Independência da Bahia contra as tropas portuguesas, derrotadas em 2 de Julho de 1823.
No ano de 1840 ou 1849 (há contestações quanto à data exata), foi que apareceu a imagem da cabocla, feita pelo mesmo artista, representando a índia Catarina Paraguaçu e a figura feminina nas lutas pela Independência.
No Pavilhão da Independência, onde os símbolos emblemáticos são preservados, os referenciais históricas mais antigos sobre o pavilhão, indicam que as imagens datam de 1835, época em que a Associação Patriótica 2 de Julho providenciou o espaço, na Lapinha. O Pavilhão 2 de Julho foi inaugurado, em 1918, pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.
“Venho prestigiar todos os anos. Nós, das religiões de matriz africana, somos caboclos e eles têm grande importância história da nossa pátria. O que chama a minha atenção a cada ano são as vestes das imagens. Cada ano é uma representação. Nesta edição, a cor azul predomina, que é do orixá Ogum, salientou o zelador, Carlos Augusto Ribeiro, 44 anos.
* Sob a supervisão da editora Meire Oliveira