Márcio Walter Machado* | Foto: Uendel Galter | AG. A TARDE
Frequentadores da região temem o risco de acidentes
Imagem emblemática do Porto da Barra e local de lazer para soteropolitanos e turistas que o utilizam como ponto de apoio para pesca e saltos no mar, o píer anexo ao Forte de Santa Maria está comprometido. Com pedras e placas soltas sobre o cais e um imenso buraco em sua base, a estrutura histórica preocupa frequentadores da região, que temem o risco de desabamento e acidentes.
O mergulhador e idealizador do projeto de conversação marinha Fundo da Folia, Bernardo Mussi, frequentador do Porto da Barra desde a década de 70, chama a atenção para a deterioração do cais. Em campanha pela página do projeto Fundo da Folia, Bernardo Mussi vem alertando a população para o caso e buscando a resposta junto às autoridades responsáveis para solucionar o problema. "O píer precisa estar em bom estado no verão para evitar acidentes. A gente está querendo dialogar com os órgãos responsáveis".
De acordo com Mussi, as últimas ressacas ajudaram a piorar a situação da estrutura. "As ondas chegaram a tirar as pedras de cima do cais e aumentaram o buraco na base. A gente se preocupa com a segurança de quem vem pescar e dos jovens que se brincam aqui. Se essa estrutura ruir, muitos acidentes podem ocorrer", alertou Mussi.
Além disso, há também o receio de que, sem a proteção do pier, a ressaca possa atingir a praia e danificar barcos de pesca e os negócios de quem ganha a vida com o comércio ambulante na região.
A TARDE entrou em contato com o Iphan, por meio da assessoria de imprensa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A equipe de reportagem não conseguiu contado com a Marinha do Brasil.
O pescador Pedro Luiz Gouveia, há mais de 40 anos trabalhando na praia do Porto, diz que, além dos acidentes, o outro receio é o perigo dos danos aos barcos de pesca e à praia. "O píer é uma proteção até para os barcos da gente, porque protege a praia das ondas. Se continuar assim, a tendência é ir destruindo até não conseguir mais recuperar. E aí, o que vai ser da praia?".
O receio do pescador é compartilhado pela vendedora ambulante Ana Maria, que trabalha na praia do Porto há mais de 30 anos. Para ela, sem o píer, ao qual chama de trampolim porque muitos jovens usam a estrutura para saltar no mar, o comércio pode ser atingido.
"Eu criei meus filhos com o dinheiro que faço aqui. Sem o trampolim, que muitos clientes vêm pra utilizar, o comércio pode se tornar mais fraco. É preciso consertar nosso patrimônio. Muita gente vem ver o pôr do sol. Se a gente não conservar o lugar de onde a gente leva o dinheiro do nosso pão, como será?".
*Sob a supervisãoda editora Meire Oliveira