Diante da suspensão do Carnaval, em função da pandemia da Covid-19, os foliões mais ferrenhos estão buscando alternativas para o período não passar em branco. Dessa forma, uma alternativa tem sido realizar festinhas na própria residência, com familiares e amigos próximos, com o intuito de trazer um pouco do clima da avenida para dentro de casa.
Se em tempos normais, ontem, o dia seria marcado pelo desfile de blocos como o Cerveja & Cia, no circuito Dodô, ou as Muquiranas, no Osmar, e até mesmo o Ilê Aiyê, que sairia da Liberdade e finalizaria seu percurso passando pelo Campo Grande, em meio à pandemia, a folia precisou mudar de endereço e ir até a residência dos foliões, como foi o caso de Lucas Pacheco, 27 anos, que se reuniu com amigos próximos para acompanhar a live de Ivete Sangalo e Claudia Leitte.
"Sempre acompanhamos a Claudia e, neste domingo, vamos assistir à live de Bell. No meu caso, que sempre fui aos carnavais desde pequeno, a ficha demorou a cair que não teríamos o Carnaval", contou.
Lucas explicou que, inicialmente, recebeu alguns convites para festas, mas optou por organizar esse bailinho em sua casa, apenas com os amigos próximos.
"Compramos confetes, serpentina, brilho, tinta, para que a gente possa se caracterizar como na festa. Vamos curtir as lives e transformar a casa em uma verdadeira avenida".
Quem também está programando uma festa é a publicitária Mila Martinez, 47 anos, que é soteropolitana e mora em São Paulo há 28 anos. Ela, que vem para Salvador todos os anos, se reunirá com os familiares para aproveitar as lives.
"Eu resolvi reunir minha família, é estranho pensar que o Carnaval não está acontecendo, por isso resolvi fazer essa festinha. Vamos acompanhar lives de Ivete, que eu amo, ela é a melhor, no domingo tem Bell, que são nossas referências maiores, o rei e a rainha".
O clima carnavalesco também está passando pela residência da empresária e influenciadora Ana Terra, 26 anos, que resolveu organizar um bailinho para sua filha, a pequena Liz.
"Resolvi fazer em casa com minha família, meu marido e minha filha, que era muito pequena nos carnavais passados, então tinha muita expectativa de brincar com ela nos bloquinhos", explicou.
O bailinho, que também vai contar com a participação do marido de Ana, o médico Gabriel Almeida, 40, terá direito a tudo que um carnaval pede, desde fantasias, confete, serpentina e espuma até a trilha sonora característica da folia momesca, que ficará sob responsabilidade das diversas lives programadas para os próximos dias.
"É como se tivesse o Carnaval da escolinha, tinha uma expectativa muito grande em torno, e, para representar isso, resolvi colocar esses elementos. É necessário, pois é hora de a gente se cuidar mais do que nunca, não podemos dar bobeira, para que a gente possa vencer essa batalha contra a Covid e, ano que vem, possamos voltar a ter nossas festas e eventos", afirmou.
Reforço
A Ouvidoria Geral de Salvador vai reforçar o atendimento à população, neste fim de semana, para receber denúncias de aglomeração e de poluição sonora no período em que aconteceria o Carnaval.
Além dos telefones 160 (Disque Coronavírus) e 156 (Fala Salvador), também pode-se registrar denúncia no site, pelo aplicativo Fala Salvador ou pelo e-mail ouvidoria@salvador.ba.gov.br. O atendimento por telefone funciona 24 horas.
*Sob a supervisãoda editora Meire Oliveira