O governo brasileiro decidiu aderir à iniciativa lançada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de doar dez por cento das doses da produção nacional da vacina contra a nova gripe A(H1N1) para países em desenvolvimento. Além do Brasil e Estados Unidos, participarão da iniciativa os governos de Austrália, França, Itália, Nova Zelândia, Noruega e Reino Unido.
O Brasil é o único país da América Latina com capacidade para produzir a vacina contra a influenza A(H1N1). Segundo o Ministério da Saúde, o país deverá dispor de 73 milhões de doses da vacina contra a doença até o início do inverno de 2010. Desse total, 33 milhões de doses serão produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo. As 40 milhões de doses restantes serão adquiridas do fundo de vacinas da Organização Panamericana de Saúde e de empresas privadas. O percentual de 10% a ser doado pelo governo brasileiro refere-se unicamente às doses produzidas no país.
A decisão adotada pelo Brasil e os demais países foi elogiada pela Diretora-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), a chinesa Margaret Chan. Segundo a organização, um terço da população mundial deverá ser contaminada pelo vírus da nova gripe. Contudo, os vinte e cinco laboratórios do mundo com capacidade para produzir a nova vacina não poderão atender à necessidade da população de todo o planeta. De acordo com o porta-voz da OMS, Gregory Hartl, a produção mundial de vacina contra a nova gripe será "consideravelmente menor" do que os 4,9 bilhões de doses anteriormente previstos pela organização.
Segundo o último informe da OMS, o vírus da nova gripe já afetou mais de 300 mil pessoas em todo o mundo, provocando 3.486 mortes, das quais 899 no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no comparativo com os 15 países com maior número absoluto de mortes, o Brasil tem a 5ª taxa de mortalidade (0,46), que representa o número de casos em cada 100 mil habitantes.
* Com informações do Ministério das Relações Exteriores