O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou hoje os detalhes da 11ª edição do Réveillon na Paulista. Com o tema
São Paulo - A cidade de todos nós, o evento terá um custo de R$ 3,2 milhões. Ainda que Kassab não reconheça, oficialmente, a Lei Cidade Limpa - principal bandeira da administração dele - trouxe dificuldades para a captação de recursos, afinal, as empresas não teriam a exposição que gostariam durante o evento.
De acordo com o presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Carvalho, houve casos de desistências, como as Casas Bahia, por exemplo, que foi patrocinadora do Réveillon na Paulista de 2006. Este ano, a festa terá como principais patrocinadores o Banco Santander e a mexicana Femsa (Coca-Cola e Sol).
"Muitos patrocinadores queriam excesso de exposição, coisa que a Prefeitura não aceitou. A Casas Bahia, por exemplo, queriam o boneco em cima dos contadores e isso a Prefeitura não permitiu. Outros queriam inundar a cidade com luzes com as marcas e também não foi possível", disse. Kassab, no entanto, afirmou que o retorno de investimento por parte das empresas acontece, "até porque existe a publicidade". Sobre a forma como os patrocinadores estariam expostos na comemoração dentro das condições da lei, o prefeito de São Paulo reconheceu que a campanha publicitária será, de fato, menor.
"Estará exposto de uma maneira muito reduzida, aprovada pela CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), com rigorosa fiscalização, até porque esse é o conceito do Projeto Cidade Limpa", afirmou. Carvalho afirmou que "há um equívoco" sobre a situação dos patrocínios. "É importante separar, está havendo muita confusão e um desconhecimento da lei. É um evento de apenas um dia e o Santander estará com a mesma discrição como está fazendo na árvore do Ibirapuera. É essa a filosofia: usar a cidade e valorizar a marca."
MídiaEle ressaltou ainda que a capital paulista, antes, era "totalmente explorada" por uma mídia irregular. Com relação às supostas dificuldades para captação de patrocínios dentro das atuais condições da lei, Kassab disse que a festa do ano-novo na Avenida Paulista ocorreria mesmo sem o apoio da iniciativa privada. "Já existia uma determinação à São Paulo Turismo que estivesse preparada para fazer a festa de qualquer maneira. No caso de não termos patrocinadores, ela seria feita com recursos do próprio governo", disse.
O prefeito emendou: "A festa do réveillon, diante do comparecimento de milhões de pessoas, mostra sua importância. Portanto, cabe à Prefeitura de São Paulo fazer com que ela aconteça." Ainda assim, Kassab admitiu que o interesse dos patrocinadores - Santander e Femsa - deixou a situação mais tranqüila. "Na medida em que os patrocinadores se apresentaram, dentro das condições do projeto Cidade Limpa, pudemos viabilizar a festa sem a necessidade de colocar recursos da Prefeitura. Com isso, ficou muito mais fácil, muito mais tranqüilo, até porque nos restaram recursos para outras importantes ações da Prefeitura na cidade", declarou .
A festa deverá receber um público superior a 2 milhões de pessoas. Para Kassab, o evento é "uma homenagem a essas pessoas". A maratona musical começa às 20 horas e quem abre é o grupo Tihuana (do hit "Tropa de Elite"). Na seqüência, o palco de 800 metros quadrados e 7 metros de altura, que é levantado na avenida, receberá, nesta ordem, o funqueiro MC Leozinho, o sertanejo Leonardo, o pop Lulu Santos e, para finalizar, a bateria da Escola de Samba Mocidade Alegre.
O comando da comemoração ficará por conta do ex-BBB Diego Bissolatti Gasques, o
Alemão, e terá sete horas de duração, com encerramento previsto para às 2h30, no dia 1º. O público deverá invadir os sete quilômetros da Paulista, onde será realizada a festa, entre as Ruas Frei Caneca e Ministro Rocha Azevedo.
FaturamentoA expectativa é de que, dos 2 milhões de pessoas, 200 mil venham de fora da capital paulista - cerca de 20% a mais do que em 2006. A estimativa é de que a rede hoteleira da capital registre taxas superiores a 70% de ocupação e que o setor tenha um faturamento direto de R$ 3 bilhões. O Réveillon na Paulista deverá ser responsável ainda pela criação de 3,5 mil empregos temporários diretos e indiretos.