O disco rígido, que acaba de completar 50 anos, evoluiu bastante na sua história (veja quadro abaixo) e, agora, dá um novo salto: estão chegando ao mercado os primeiros HDs inteligentes, que se comunicam sem fios e até funcionam independentemente do computador.
O Link testou o primeiro deles, que se chama Iomega StorCenter e é muito mais do que um disco rígido comum. Ele promete uma capacidade impressionante, 1 terabyte (aproximadamente 1.000 gigabytes), mas a grande novidade é que o StorCenter dispensa fios para se comunicar com o PC.
Ou seja: uma vez instalado e configurado, o StorCenter vira um depósito central para todos os arquivos da sua família, ou da sua empresa.
Todos os usuários podem acessá-lo, a até 50 metros de distância, sem a necessidade de cabos - basta que eles tenham notebooks ou desktops dotados de antena Wi-Fi.
O aparelho é muito sofisticado, mas sua instalação até que é simples. É preciso que você tenha um roteador (que custa a partir de R$ 150). Aí, é só ligar o StorCenter ao roteador, usando o cabo fornecido.
No computador principal, que está conectado ao roteador, você roda o software Iomega Discovery para fazer as configurações iniciais. Dá para criar uma conta separada para cada usuário e até definir quantos gigabytes de espaço cada pessoa poderá ocupar.
Feito isso, é só rodar o Iomega Discovery em cada um dos demais PCs (ou laptops) e pronto - aparece automaticamente um atalho para o StorCenter na tela de cada um deles.
O StorCenter pode ser configurado, também, para criptografar (codificar) as transmissões Wi-Fi, o que é muito importante. Além disso, ele compartilha o acesso à internet e à impressora entre todos os usuários da sua casa ou empresa (pois funciona como um access point). Também funciona como servidor FTP, permitindo que você acesse seus arquivos de qualquer computador ligado à web (como num cibercafé).
DEFEITOS DE NASCENÇA
Na prática, o StorCenter tem alguns problemas. Quando você abre o painel de controle pela primeira vez, ele aparece na tela todo distorcido, ilegível. Existe um truque que corrige esse problema, mas ele não consta do manual de instruções - que, de tão vago e ruim, parece se referir a outro produto.
Para piorar, nem sempre o programa Iomega Discovery funciona direito. Às vezes, os computadores perdem conexão com o StorCenter, e você tem de reiniciá-los.
Esses problemas, mais a má qualidade do manual de instruções, sugerem que a Iomega se precipitou ao colocar o StorCenter no mercado. Os defeitos são facilmente consertáveis mediante uma atualização de software - que a fabricante, já ciente dos problemas, deverá liberar nas próximas semanas.
A CAPACIDADE É MENOR...
O StorCenter promete quase 1.000 GB de espaço, mas não é bem assim. A Iomega, como todos os demais fabricantes de disco rígido, adota um critério de capacidade diferente do usado pelo Windows.
Por isso, na prática, o StorCenter tem 930 gigabytes. Além disso, é preciso observar um detalhe crucial.
Na verdade, o StorCenter é formado por quatro HDs, cada um com 250 gigabytes, que funcionam sincronizados. Só que, se um deles pifar, você perde todos os seus dados.
Para evitar que isso aconteça, você tem de ativar outro modo de sincronização, chamado RAID 5, no painel do aparelho. Aí, a capacidade cai mais ainda, para 697 gigabytes.
O Iomega StorCenter é muito inovador e atraente, mesmo com os defeitos de nascença. Mas seu grande problema, na verdade, é o preço absurdo: vai custar R$ 8.200 (www.controle.net). Nos Estados Unidos, o produto sai por US$ 800.
BOXE - MAIS RADICAL, NOVO MODELO DISPENSA O COMPUTADOR
O disco rígido externo Asus WL-700gE é tão inteligente, mas tão inteligente, que chega a dispensar o computador. Com ele, você pode baixar vídeos e músicas da internet mesmo que o seu PC esteja desligado.
Isso porque o WL-700 é compatível com a rede de troca de arquivos BitTorrent, que é usada por milhões de pessoas em todo o mundo.
A coisa funciona assim: no seu computador, você vai até um site que ofereça arquivos da rede BitTorrent (os chamados "torrents") e clica no que deseja baixar.
Aí, o download começa, e o arquivo vai sendo gravado na memória do WL-700, como se ele fosse um disco rígido comum. A diferença é que o Asus coordena sozinho todo o processo, ou seja, você pode desligar o computador.
Como os downloads via BitTorrent costumam levar horas, e até dias, isso é bem útil - você não precisa deixar o seu PC ligado direto, gastando eletricidade.
O aparelho também é compatível com downloads "normais", oferecidos pelos demais sites da internet.
O Asus tem uma capacidade relativamente modesta, 160 GB - para quem gosta de baixar vídeos e músicas, não é muito. Mas o aparelho pode ser expandido (tem 3 portas USB para conectar discos rígidos externos).
O WL-700g também oferece os melhores recursos do Iomega StorCenter (leia texto acima), ou seja, compartilha o acesso à internet e permite criar áreas separadas para os arquivos de cada usuário. Uma vantagem é que, ao contrário do aparelho da Iomega, ele não exige que você tenha um roteador.
O Asus WL-700gE, que ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, custa US$ 250 nos Estados Unidos (mais informações em www.asus.com). (B.S.G.)