A Justiça de Bertioga, na Baixada Santista, recebeu a denúncia do Ministério Público (MP) e instaurou uma ação penal para apurar o envolvimento do ex-delegado seccional de Santos, Elpídio Laércio Ferrarezi, com a máfia dos caça-níqueis. A denúncia por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção passiva e prevaricação foi apresentada pelo Ministério Público na quarta-feira. No entanto, a juíza da Vara Distrital de Bertioga, Érica Regina Figueiredo, indeferiu o pedido da promotoria e não decretou a prisão preventiva do delegado.
A petição foi apresentada em Bertioga porque há uma mansão na cidade, na Riviera de São Lourenço, avaliada em R$ 1 milhão pertencente à filha do delegado, a advogada Carla Abibe Ferrarezi Martinez. O MP apurou que Carla seria "testa de ferro" do pai, que teria comprado o terreno e construído a casa para lavar o dinheiro ganho com um esquema que mantinha funcionando bingos ilegais na região. Ela e outras três pessoas também são réus na ação.
O advogado de Ferrarezi, Luiz Guilherme Jacob, disse que está satisfeito com a decisão "ponderada" e "serena" da Justiça de ter negado a prisão preventiva do delegado. "Para nós, a ação penal é a oportunidade de apresentar a nossa versão e todos os esclarecimentos", disse o advogado. Ferrarezi pediu exoneração do cargo de seccional na segunda-feira alegando problemas de saúde.