Com 51 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão, a Polícia Federal (PF) começou a desmantelar hoje uma das maiores organizações criminosas especializada em fraudes utilizando a clonagem de cartões bancários e exploração clandestina de serviços de telecomunicações. O bando agia havia dois anos, principalmente na região do Triângulo Mineiro, e causou um prejuízo estimado em R$ 5,5 milhões a agências bancárias somente em Minas Gerais. Entre os presos, cinco são policiais civis de Uberaba-MG e Frutal-MG.
A operação da PF, batizada de Piraíba, em alusão a um peixe de grande porte da região amazônica difícil de ser pescado, teve início há seis meses e contou com a participação de 250 policiais federais e 10 policiais civis de Minas Gerais. Os mandados de busca e apreensão e de prisão foram cumpridos simultaneamente em Uberaba, Brasília, São José dos Campos, Fortaleza e Recife.
A sede da quadrilha era na cidade de Uberaba onde os policiais presos, Osmar Manoel Guedes, Evaldo José de Souza, Jenner Silveira Jaculi, César Eduardo Santiago e Ronaldo garantiam a impunidade dos golpistas e agiam diretamente nas fraudes, efetuando saques ilegais, além de outros delitos, como corrupção, extorsão, prevaricação, tráfico de armas e drogas, roubo de cargas e até mesmo execução de pessoas.
Os bandidos agiam instalando nos caixas eletrônicos equipamentos conhecidos como chupa-cabras, fabricados em Brasília e no Recife e que copiavam e armazenavam o número da conta corrente e a senha do cliente. Em outro esquema, um dispositivo era instalado sobre a leitora do caixa de auto-atendimento, conhecido como luva, que copiava apenas o número da conta corrente. A senha era obtida através de uma pessoa, o olheiro, ou através da instalação, na carenagem das máquinas, de microcâmeras que mandavam as imagens para um monitor próximo da agência bancária.
A PF também investiga a participação de bancários no esquema.