Os pombos que habitam a Praça das Bandeiras, no centro de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, serão tingidos de vermelho por um corante atóxico na próxima semana. Será um novo instrumento de controle no trabalho de identificação da superpopulação da ave. A intenção é saber se as mesmas aves vão para outras praças ou só ficam por ali pernoitando. Alguns dias depois da aplicação do corante, um repelente à base de uma substância da semente da uva (metil antranilato) será aplicado para tentar afastar os pombos da região.
O Grupo de Controle e Monitoramento foi criado após uma lei aprovada na Câmara de Ribeirão Preto, a partir de projeto do vereador Gilberto Abreu (PV). Esse grupo busca uma maneira eficaz e ecológica para combater a infestação de pombos silvestres, que são nacionais e não podem ser exterminados. Moradores e comerciantes estão incomodados com a sujeira das fezes dessas aves, que pernoitam na praça do centro. Várias experiências começaram em agosto e deverão continuar até novembro.
Segundo a diretora do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eliana Velocci, a intenção é verificar se ocorrerá migração dos pombos para outras praças. Particularmente, ela acredita que os pombos irão para outras praças. Ou seja, o problema mudará de lugar. "Outros bandos virão, pois os pombos têm vida curta e se reproduzem muito", diz ela.
A estimativa é que entre 30 mil e 40 mil pombos habitem a Praça das Bandeiras, no centro. Outro bando estaria infestando também uma praça da Vila Tibério. Eliana Velocci diz que Ribeirão Preto tem um clima quente, propiciando a reprodução dos pombos. Além disso, não existem predadores naturais da espécie.