Em meio à crise do setor aéreo brasileiro, a prefeitura de Sorocaba (SP) prepara a construção de um segundo aeroporto, maior que o atual, para ser uma alternativa ao congestionado Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. O terminal aeroportuário terá também um setor de cargas destinadas à exportação, a exemplo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. A pista de pouso e demais instalações, inclusive o terminal de embarque e desembarque de passageiros, ocuparão uma grande área no eixo da Rodovia Castelo Branco, entre Sorocaba e Itu.
Estudos preliminares revelaram que a região possui áreas de grande estabilidade climática. O empreendimento deverá ser bancado por um fundo especial do Ministério da Aeronáutica, com a participação do Governo do Estado e da prefeitura. Pode também ter a participação da iniciativa privada, segundo o vereador Carlos Cezar (PTB), da Câmara local. Ele presidiu hoje uma audiência pública para discutir o novo aeroporto.
A prefeitura contratou a empresa que vai elaborar o projeto, a mesma que atuou na ampliação de Viracopos. O plano, segundo Cezar, é "pegar carona" na disposição do governo federal de investir em infra-estrutura para superar os problemas causados pelos recentes "apagões" aéreos. "Sorocaba é rota de aerovias, mas seu aeroporto atual não oferece condições para receber grandes aeronaves." Segundo ele, parte do movimento de Congonhas poderia ser transferido para o novo terminal, já que o aeroporto de São Paulo recebe muitos passageiros do interior.
O projeto arquitetônico deve ser apresentado em janeiro. Será formada uma comissão, integrada por representantes da prefeitura, do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), do Ministério e da Associação dos Proprietários de Hangares para acompanhar o processo. O atual aeroporto, na área urbana, será transformado em um pólo tecnológico de manutenção de aeronaves. No local, funcionam 12 oficinas que fazem a revisão de motores e a manutenção de instrumentos de navegação aérea.