Cidade registrou chuva com maior volume desde 1995 | Foto: Miguel Schincariol | AFP
A cidade de São Paulo amanheceu com chuva fraca e sem registros de alagamentos nesta terça-feira, 11, após ter passado por uma enchente histórica. Nesta segunda-feira, 10, foi registrado na localizade o dia mais chuvoso desde 1995, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, da Prefeitura, conforme informações do G1. O volume de chuvas na cidade foi de 88,7mm, de 0h até 13h.
Conforme dados do governo do estado, até as 8h desta terça foram contabilizados 142 desabrigados e 516 desalojados, após as chuvas, sem contar com informações do município de Osasco.
Durante a segunda-feira, os números registrados foram alarmantes. Dentre eles, foram informados 1.043 pontos de enchente, 193 desabamentos/desmoronamentos e 219 quedas de árvores.
Caos
Conforme o G1, durante o temporal, os rios transbordaram, ocasionando o fechamento das Marginais Tietê e Pinheiros. Uma avenida da na Zona Oeste de SP ficou intransitável por mais de 24 horas. O rodízio de veículos precisou ser suspenso e ainda não foi retomado.
Um prédio em construção desabou na madrugada desta terça-feira na Zona Norte e uma creche na região de São Miguel Paulista foi interditada após desabamento de um muro.
Falta de obras
Segundo informações do Estadão, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias na cidade, nos últimos cinco anos. Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e Bruno Covas (PSDB) planejaram investir R$ 3,8 bilhões em intervenções em córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi utilizado.
Intervenções em ribeirões com histórico de transbordamentos e serviços de drenagem prometidos estão entre os serviços que não foram realizados, conforme a reportagem publicada nesta terça. Durante o último ano de mandato do Haddad, o orçamento da cidade previa uma transferência da União em R$ 759 milhões para intervenções de controle de cheias nas bacias dos córregos, contudo, apenas 2,1% do previsto foi gasto.
Na gestão Doria, em 2018, era esperado um investimento de R$ 46 milhões em obras. Em 2019, sob o comando de Covas, a Prefeitura tinha previsão de gastar R$ 133 milhões obtidos por meio de empréstimos, mas investiu apenas pouco mais de R$ 170 mil.