Após registro definitivo da farmacêutica na Anvisa, cientistas pressionam pela compra do imunizante
Com a aprovação do registro da vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto está liberado para venda e aplicação no Brasil, sem limites de doses. Porém, apesar de representantes do governo federal e de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já terem garantido que há interesse em comprar qualquer imunizante aprovado pelo órgão regulador, ainda não há acerto para a aquisição de doses com a multinacional farmacêutica.
A comunidade científica brasileira já começou a pressionar o governo para a efetivação de um acordo com a Pfizer. A microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), usou o Twitter na manhã desta terça (23/2) para pedir a compra das doses do imunizante contra a Covid-19:
O vice-presidente do IQC, Paulo Almeida, afirma que a bola está com o governo federal. “Falta apenas o governo aceitar as condições contratuais da Pfizer, que já mencionou conseguir entregar 100 milhões de doses ainda em 2021. Há recurso orçamentário, há doses, há interesse da Pfizer em vender. Estão chamando de “leoninas” cláusulas que foram aceitas em grande parte do mundo e criando barreiras de segurança artificiais que não criaram, por exemplo, para as drogas do tratamento precoce (que provou ser ineficaz)”, comenta.
“A compra da vacina Pfizer pelo Brasil tem que ser destravada o mais rápido possível. A aquisição desta vacina é prioritária para o combate da pandemia no país. Espero que a empresa e governo brasileiro cheguem a um consenso o mais rápido possível. A vacina é excelente, é uma das mais eficazes e precisamos dela aqui para vacinar a maior quantidade de pessoas possível”, afirma a médica Ludhmila Hajjar, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.