Chico Castro Jr.
Bruxa de Blair só tem mais aparatos tecnológicos que o original
Há ocasiões na vida que nos levam a refletir por que gastamos tempo em atividades inúteis. Bruxa de Blair é uma dessas ocasiões. Sendo assim, esta breve resenha quer prestar aqui um serviço ao leitor: não gaste seu tempo vendo este filme péssimo.
Sem se decidir se é continuação ou refilmagem do original de 1999, Bruxa de Blair falha miseravelmente em ambas as alternativas, sem acrescentar nada à trama de jovens perdidos em um bosque, supostamente assombrado por uma bruxa morta no século 18.
Mentira: eles acrescentaram, sim. Agora, os jovens intrometidos dispõem de microcâmeras (encaixadas nas orelhas), suportes, tripés e até um drone (uau!).
Pena que isso não melhorou em nada a qualidade da dramaturgia, que se resume a jovens correndo, gritando e berrando para a câmera, por causa de assombrações que eles "acham" que viram.
Em 1999, quando o primeiro filme Bruxa de Blair foi lançado, a estética da "filmagem encontrada" era uma novidade - e muita gente, naqueles dias de internet discada, realmente acreditou que se tratava de um documentário.
Hoje, após zilhões de outros filmes terem explorado essa estética à exaustão, este novo Bruxa apenas se constitui em um fracassado réquiem desse subgênero. E depois, se fosse realmente assustador, sua classificação não seria 12 anos. Nesse sentido, Aquarius é um filme muito mais perturbador.