Grandes nomes da música, políticos, empresários e cineastas foram ao cinema
Joá Souza l Ag. A TARDE
Com direito a tapete vermelho, o lançamento do documentário Axé: Canto do Povo de Um Lugar reuniu no espaço de cinema Itaú Glauber Rocha grandes nomes da música, políticos, empresários e cineastas.
Dirigido por Chico Kertész e produzido pela Macaco Gordo, o longa será lançado para o público a partir do dia 19 deste mês, em mais de 40 salas de cinema espalhadas pelo país.
O filme convida ao telespectador a conhecer a origem e a evolução da Axé Music. Para Chico, contar essa história foi uma grande responsabilidade.
"Não é a minha história, é a história de outras pessoas. Mas fizemos um trabalho honesto, relatando os fatos da forma mais transparente possível" .
Importância
Segundo o cineasta José Walter Lima, o documentário é um marco para o cinema baiano. Pois, além de contar uma parte da história musical da Bahia, é um grande avanço para o audiovisual da região.
"É bom saber que o projeto saiu de uma produtora baiana. Geralmente os filmes são feitos por produtoras de fora do estado. O filme traz uma valorização local", disse o cineasta.
De acordo com a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana, o projeto é uma forma de resgatar a história local, abordando o carnaval sob diversos olhares.
"O estado precisa de mais produções voltadas para a nossa história. Afinal, o axé foi responsável pela criação de um mercado musical na Bahia", contou titular da SPM.
No entanto, ela ressalta que mudanças são necessárias. "Tudo se transforma. Está vindo uma galera mais jovem, a do Baiana System. Esses jovens precisam ser valorizados, ter espaço".
De forma analítica, o cantor Pierre Onássis disse que o axé não é um movimento, e sim, um comportamento. Para ele, o filme evidencia que a música baiana é atemporal. "É a essência do baiano. Música de verdade".
Apesar de o gênero completar 30 anos, o cantor não acredita que esteja perto do fim. "É preciso haver uma integração dos músicos, juntos somos mais fortes. Esse documentário é uma forma de fortalecer o movimento".
Outra referência presente foi a cantora Sarajane. Dona da voz de um dos maiores hits do carnaval, a cantora estava emocionada com o lançamento. "A palavra que define o documentário para mim é respeito. É o respeito por um som que é nosso".
De acordo com ela, o documentário aborda o carnaval como um todo, não somente falando do lado positivo da indústria musical.
Representando a mais nova safra musical, o autor do sucesso Me Libera Nega, Mc Beijinho disse sentir orgulho em participar do evento que reunia ícones do gênero. "Estou em paz". E, para quem duvida do seu talento, mandou um recado. "Se Caetano Veloso, o papai, me aprova, eu não preciso de mais nada".
*Estagiária sob supervisão da editora-coordenadora Simone Ribeiro