Cenário da festa literária é o estúdio da Galeria Triângulo, no Pelourinho | Foto: Elói Correa | GOVBA
Totalmente online, o I Encontro Literário Ori segue até esta quinta-feira, 11, sempre a partir das 19h. O evento vai contar com nomes da literatura, religiosidade e música debatem e contam vivências sobre ‘A cultura e as religiões de matriz africana’.
Mediada por uma das curadoras da festa literária, a jornalista Cleidiana Ramos, a mesa de abertura aconteceu nesta terça-feira, 9, e trouxe a temática ‘A filosofia inspiradora do Candomblé́’, com a participação da cantora Margareth Menezes e da ialorixá do Terreiro do Cobre, Mãe Valnizia Bianchi, autora de diversos livros, entre eles ‘Resistência e Fé’, uma autobiografia escrita em 2009.
A leitura e a escrita devem estar próximas de todos, destacou Mãe Valnizia ao explicar como se tornou escritora. “Eu queria contar coisas da minha história, mas achava que não poderia, por não ter vivência acadêmica. Uma vez, contei tudo para um francês e acabei me perguntando por que estava falando para ele e não para meus semelhantes. Conversei com meu neto, minha família, e foi a partir daí que comecei a escrever sobre tudo, inclusive casos de infância e sobre a experiência no terreiro”, detalhou a ialorixá.
Margareth, além de falar das próprias experiências, cantou canções que fazem parte da cultura afro e das religiões de matriz africana, inclusive uma que fala do acarajé, ícone da culinária baiana de origem africana. “A comida afrobaiana, essa comida que foi desenvolvida aqui com influências africanas, é muito rica, é ancestral, detentora de uma qualidade incrível e também saudável, forte”, disse.
Programação
Na segunda noite de programação, 10, será a vez do debate sobre a ‘Fé no Carnaval – O terreiro no meio da avenida’ com a liderança do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia e presidente do bloco afro Bankoma, Maria Lúcia Neves, MametoKamurici; o presidente do bloco Cortejo Afro, Alberto Pitta; e o cantor Gerônimo. A jornalista Meire Oliveira fará a mediação.
No terceiro e último dia, 11, o debate será conduzido pelo jornalista André Santana e abordará a ‘Dança e canto sagrados: a arte de encantar o corpo’, reunindo José Carlos Arandiba, o Zebrinha, e a sacerdotisa do Ilê Axé KaleBokun, Mãe Vânia Amaral, potências da dança baiana.
Nos três dias, o cenário da festa literária é o estúdio da Galeria Triângulo, do fotógrafo Álvaro Villela, no Pelourinho. O pano de fundo é a exposição ‘Faces’, que traz retratos de moradores de duas comunidades quilombolas localizadas no município de Rio de Contas. As mesas podem ser acompanhadas pelo no canal do projeto no YouTube.