Larissa terá Otto e o Cortejo Afro como convidados da noite
A cantora Larissa Luz apresenta nesta sexta-feira, 2, às 21 horas, no Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho), o show de seu primeiro disco solo, MunDança. O pernambucano Otto e o Cortejo Afro também participam do evento. Além das canções do disco, o repertório inclui músicas dos convidados, como Condom Black, de Otto, e releituras de Gilberto Gil.
No palco, Larissa será acompanhada por Ricô (baixo), Mauro Telefunksoul (DJ), Dedé Reis e Boka Reis (percussão), Juliano Oliveira (teclado) e Pedro Itan (guitarra). O som dispensa a bateria, que é substituída por batidas eletrônicos pré-produzidas.
Música negra, dança e transformação. Em MunDança os três elementos se unem em uma sequência de beats eletrônicos envolventes, que convidam a liberar o corpo e a mente. "Aqui você pode saltar, pode mergulhar no descontrole", Larissa canta na faixa Descontrole.
O neologismo MunDança foi criado pela artista para representar a relação com a dança e os novos ciclos da sua vida. "Eu queria mostrar minha expressão corporal no trabalho", explica. "Coincidiu também com a mudança de cidade".
Nova fase - Depois que deixou o Ara Ketu, no ano passado, banda que liderou desde 2007, Larissa trocou a residência em Salvador pelo Rio de Janeiro. O álbum, inclusive, foi gravado na capital fluminense, no estúdio Casa do Mato.
As nove faixas assinadas por ela são parcerias com o guitarrista Pedro Itan e outros amigos que trabalharam na banda afro. "Fiz algumas canções durante as viagens com os músicos do Ara Ketu. Pedro também já era meu parceiro. Eu garimpei as músicas que já tinha e montei o CD".
MunDança reúne pesquisas e experiências da cantora com a música negra ao redor do mundo. As faixas misturam hip-hop, dancehall, reggae, samba-reggae, dub, ijexá e candomblé. A proposta, segundo Larissa, é pôr em evidência não só os ritmos, "mas a mistura do que o negro espalhou culturalmente pelo mundo".
Chamada de Filha de Oyá, orixá que também recebe o nome de Iansã, Larissa não deixou passar despercebido no trabalho o seu envolvimento pessoal com a religiosidade afro. Na faixa homônima (Filha de Oyá), ela transcreve a energia mística que circundou seu momento de mudança. "Eu escrevi essa música em uma fase de transição. Além de ter toda vontade de seguir, eu busquei forças extranaturais de elementos que a gente não consegue ver, nem apalpar".