Cantora também será a madrinha da Parada Gay no domingo
Rainha da axé ela sempre foi. Este ano, ao assumir um relacionamento homossexual, Daniela Mercury também virou oficialmente rainha da diversidade, título que será coroado domingo na Parada Gay, da qual a cantora é madrinha.
Antes, nesta sexta-feira, 6, ela faz o show Simplesmente Daniela, no Bahia Café Hall, com abertura de Ju Moraes e Cortejo Afro. A apresentação de mais de duas horas foi pensada especialmente para a data, considerada pela cantora um importante momento de luta por igualdade.
"É difícil separar da minha pessoa essa luta, tudo meu tem isso. Eu uso meu palco a vida inteira para reafirmar a mulher, a luta da negritude, levo a música da Bahia para isso". Apesar de sempre ter reinado entre o público homossexual, Daniela Mercury não reconhece o fato sem antes contextualizar.
"Dentro desse contexto de afirmação, eu não gosto de separar o meu público por opção sexual, por raça ou por cor. É um grupo de pessoas que sempre se sentiu muito protegido e acolhido por mim, fora que se identificam com as cantoras performáticas, as divas".
Repertório
A fim de criar um conceito original para o evento, Daniela pediu aos fãs no Twitter que lembrassem canções que têm saudade de ouvir. "O resultado é uma festa dançante, uma balada, com figurino e bailarinos especiais".
Assim, puxada pela memória dos internautas, ela incluiu no repertório músicas como Elétrica (1998), Dona da Banca, Para de Chorar (2003) e Vida É, single de 1990 que antecedeu até mesmo o sucesso de O Canto da Cidade.
Em Pega Que Oh, gravada ainda na banda Companhia Clic (1989), a cantora descobriu semelhança com as canções mais atuais do repertório. "Parece um pouco com Couchê, um semba de Angola. Lembra essas últimas músicas que fiz, o cuduro, o semba, achei interessante pontuar como as coisas vão e voltam, como já estavam, de alguma forma, no inconsciente da gente", afirma.
Por outro lado, o show também apresenta músicas do novo CD com a banda Cabeça de Nós Todos, que chega às lojas no dia 1º de outubro: Alma Feminina, Paula e Bebeto e a regravação de Aquele Abraço, com uma mistura de samba-reggae com funk.
Planos
Até o fim do ano, Daniela viaja pelo País com a turnê do show intimista Pelada, que teve uma prévia no Teatro Jorge Amado em julho. Ela pensa em apresentar o espetáculo no Castro Alves ainda em 2013 ou em março.
A dinâmica do Carnaval a artista ainda planeja, em virtude do fim do camarote de 18 anos. "Não aguentava mais ter que arriscar 100% meu patrimônio para realizar um camarote que beneficia a cidade toda. A gente (os artistas) não é visto de maneira profissional pela sociedade, nem pelos governos. Somos empreendedores e amamos a cidade".