Turma dos Novos Baianos presenteou os fãs com canções de Dorival Caymmi e João Gilberto
Os encontros deram o tom da reabertura da Concha Acústica do Teatro Castro Alves no Festival Eu Sou A Concha. O mais esperado de todos eles ocorreu na noite de deste domingo, 15: a reunião de Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Galvão e Paulinho Boca de Cantor para apresentar o repertório dos Novos Baianos.
Foi com a música Anos 70 que o grupo iniciou, às 20h, o seu show histórico. Logo depois, interpretou a canção Infinito Circular, homônima do disco mais recente da banda. Nas duas, os integrantes dividiram os vocais. Antes da terceira, Moraes saudou o público: "boa noite, Bahia".
Em seguida, ocorreu o primeiro grande coro, no refrão "eu sou amor da cabeça aos pés", de Dê um Rolê, que depois deu lugar ao solo de guitarra arrebatador de Pepeu. A sequência de sucessos continuou com A Menina Dança e Samba da Minha Terra, de Dorival Caymmi, com a plateia cantando junto.
Já Colégio de Aplicação teve a intervenção de Moraes declamando um poema sobre a história dos Novos Baianos. Com o espaço lotado e interação constante entre os artistas e a plateia, o show teve repertório marcado por canções da fase do inicio da década de 1970, sobretudo dos álbuns Acabou Chorare e Novos Baianos F. C., como Preta Pretinha e Tinindo Trincandoe Besta é Tu.

Grupo volta a se apresentar nesta segunda, 16, na Concha (Foto: Margarida Neide | AG. A TARDE)
Depois desta, Baby falou: "É um prazer estar aqui com meus irmãos". Na parte instrumental, de Bilhete para Didi, uma chuva fraca, comparada ao do restante do dia, esfriou e dispersou um pouco o público. Mas não demorou muito para ela diminuir e retornarem o respeito e concentração que regeram a noite.
O grupo promoveu ainda uma bela e emocionante homenagem a João Gilberto em Chega de Saudade com Moraes tocando violão e cantando, e ajuda de toda a Concha. A referência permaneceu em Desafinado na voz de Baby. Hoje, às 19h, os Novos Baianos voltam ao palco para show extra.
O diretor-geral do Teatro Castro Alves, Moacyr Gramacho, fez análise positiva dos três dias de festival, tanto na parte artística quanto na infraestrutura da Concha Acústica. "Ocorreu uma sinergia no palco e funcionou bem a ideia de artistas vertentes e da memória. Na infraestrutura, o acesso funcionou e a proposta de agregar a parte nova mantendo a sua alma também", concluiu.