Cantor e compositor comemora 10 anos de carreira
Assim que surgiu, o cantor e compositor Diogo Nogueira chamou a atenção pelo sorriso encantador e pelos sedutores olhos azuis. Nem o fato de ser filho de João Nogueira, um dos maiores sambistas brasileiros, falou mais alto que sua beleza. Mas isso foi apenas num primeiro momento. Com paciência e dedicação, ele foi conquistando o respeito de todos até se tornar um dos mais populares sambistas. Que o diga Martinho da Vila: “Agora, se alguém perguntar quem é o Diogo, não preciso responder que é o filho do João Nogueira. Afirmo com segurança: é um belo cantor, com personalidade própria. Um artista verdadeiro. Um elo na corrente da perpetuação do samba”, declara Martinho na sinopse de Munduê, mais recente álbum de Diogo Nogueira.
Em turnê nacional, Digo Nogueira apresenta Munduê neste domingo, 27, às 20h, no palco principal do Teatro Castro Alves. “Munduê representa a leveza, a pureza, a força da criança”, explica o cantor, que se diz feliz com o resultado do disco. “Eu convidei o Rafael dos Anjos e o Alessandro Cardozo para fazerem a produção do disco. Conseguimos um resultado de batucada de fundo de quintal que era bem o que queria”, conta.
O álbum é o quinto disco de estúdio do sambista e o primeiro completamente autoral. São 14 composições em que Diogo Nogueira apresenta parcerias com nomes da nova geração e dedica o trabalho a mestres do gênero como Noel Rosa, Zeca Pagodinho, Cartola, Candeia e Nelson Cavaquinho. Algumas composições estavam guardadas e só agoram o artista decidiu mostrá-las ao público. “Achei que era o momento”, diz.
Com cenário de Helio Eichbauer e luz de Arthur Farinon, o show apresenta um cenário baseado no teatro chinês onde várias projeções são feitas numa tela branca. “Há projeção de sombras, de imagens, de acordo com o momento do show. O efeito é bem interessante”, afirma o cantor.
No repertório, algumas músicas de Munduê, sucessos desses 10 anos de carreira, além de uma homenagem a Martinho da Vila. O sambista também reservou uma parte do show para o que ele define como momento político. Ele vai cantar Guerreiro Menino, de Gonzaguinha e Apesar de Você, de Chico Buarque. Para Diogo Nogueira, o momento político exige um posicionamento claro. “É preciso cantar, se expressar, fazer com que as pessoas entendam o que está acontecendo”, conclui.