Criada em 2004, banda Arapuka surgiu com objetivo de homenagear Raul Seixas
Há 74 anos, na capital baiana, nascia Raul Seixas. Considerado o maior nome do rock brasileiro, o cantor, compositor e multi-instrumentista conquistou uma legião de fãs e marcou gerações com sua irreverência e inteligência ao fazer música. Mesmo depois de sua morte – que completa 30 anos em agosto –, seu legado se mantém vivo. Para celebrar a obra e a vida do cantor, dois tributos acontecem dentro e fora de Salvador neste sábado.
Um deles é tocado pela banda Arapuka, que faz sua homenagem de praxe no Projeto Tamar, na Praia do Forte, como parte do projeto Serenata no Tamar. Lá, serão apresentados clássicos como Maluco Beleza, Eu nasci há dez mil anos atrás, Metamorfose ambulante e Tente outra vez, mas sem deixar de lado as músicas menos conhecidas de Raul.
"Os clássicos conseguem atingir os diversos públicos de diferentes idades e classes. Mas trazemos o chamado 'Lado B' também, chamando a atenção para músicas que não tocavam tanto nas rádios", explica o cantor, compositor e produtor Marcos Clement, frontman da Arapuka.
A banda foi criada em 2004, com nome retirado da canção As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor, do próprio cantor. Desde o início do grupo, seu intuito era de homenagear Raul Seixas e deixar vivo o seu legado – motivo que os movem até hoje.
"Suas letras são fáceis, mas trazem uma discussão rebuscada, de sentimentos e questionamentos sobre o universo de forma clara, mas não rasa", reflete Clement sobre a obra raul-seixista. "Além de sua irreverência e rebeldia, que não era agressiva, mas ia contra o que era imposto na época, ia contra a ditadura", observa o músico.
Além de Clement, a banda conta com o violinista Mário Soares, o guitarrista Júlio Caldas, o contrabaixista Alexandre Vieira e a baterista coreana Mimi Bak. O grupo tem ainda um estudo sobre a vida e a obra de Raul, que resultou no espetáculo Contando Raul Seixas – Músicas e Histórias do Maluco Beleza, que pretendem retomar no ano que vem.
Em Salvador
Já na capital baiana, a homenagem fica por conta do cantor Lula Magalhães, que sobe no palco da Varanda do Sesi, no Rio Vermelho, com os músicos Jerry Marlon (baixo e direção), Zito Moura (teclado) e Brian Knave (bateria). Juntam-se a eles Jannah Ferreira e Miguel Cordeiro como convidados.
O repertório do show segue a mesma linha do Arapuka, com uma mescla de clássicos e canções menos conhecidas. "Insisto nas músicas emblemáticas. Tem idoso que vem só para ouvir Maluco Beleza", diz Jerry, idealizador do evento.
O tributo acontece há cerca de 10 anos – desde os 20 anos de morte de Raul – e, nesse meio-tempo, o grupo se apresentou até no Carnaval.
"Somos como netos de Raul. Somos parte da terceira geração depois dele e que sempre teve Raul como referência", conta Jerry.
*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.