João Mantuano (à esquerda, com o violão) e Chico Chico: dupla afinada desde que eram crianças | Foto: Gabriel Bittencourt | Divulgação
Filho da saudosa Cássia Eller, o carioca Francisco Eller (conhecido como Chico Chico), lança seu segundo álbum, desta vez em parceria com seu amigo de longa data, João Mantuano.
O disco Chico Chico & João Mantuano conta com 12 faixas e funciona com uma mistura de melodias e sentimentos conduzidos pelos violões expressivos da dupla.
“Esse nosso disco, 100% autoral, é resultado de um trabalho de três anos que gravamos no estúdio Toca do Bandido (Rio de Janeiro). Foi um álbum que nós mergulhamos para fazer – chegamos a dormir na Toca – e que a gente só finalizou agora”, afirma Chico Chico.
Já o disco anterior do artista, Onde?, lançado em 2020 em parceria com o Francisco Gil (Gilsons), foi um disco apoiado em regravações, com apenas uma música autoral.
“Nesse álbum anterior pintou a oportunidade e em uma semana conseguimos gravar tudo. Foi com outra pegada, diferente do que fizemos agora. Mas são dois trabalhos de muito carinho”, afirma o cantor.
Amigos desde a época da escola, Chico e João também são parceiros na música há muitos anos e consagram essa cooperação com esse lançamento.
“A nossa dupla nasceu da nossa banda, mas por uma questão de vendagem de shows ficou mais fácil assumir o papel de voz e violão da dupla. É uma realização muito importante, pois não é só trabalho, envolve muito amor e muita amizade também”, expressa Chico.
“Nosso jeito de retratar a vida urbana, histórias, personagens e cenários, sentimentos intensos, reflexões, textura, felicidades frias pelo tempo, futuros fatais. E uma banda de identidades”, acrescenta João Mantuano.
A dupla também conta com o apoio dos músicos Pedro Fonseca (teclados e edição), Miguel Dias (baixo) e Lucas Videla (percuteria), que ajudaram o álbum se tornar uma realidade.
Influências musicais
Com um disco de estilos muito plurais ao longo das 12 faixas, a dupla juntamente à sua banda, passeou através de diversas influências e frutos das suas vivências individuais na hora de conceber um trabalho tão diverso.
“Apesar de sermos uma dupla, esse foi um trabalho de uma banda também. Cada um vêm de um lugar: o Pedro estudava clássico quando era criança, o Miguel era punk quando era mais novo e hoje em dia é arranjador. O Videla vem muito do popular, de tocar com muita gente. Já eu não venho do estudo acadêmico, eu sou mais o cara da poesia e de escutar música sem parar”, pontua Francisco.
O cantor também faz questão de ressaltar essa importância da banda na concepção do trabalho. “As músicas são nossas, o Chico Chico e João Mantuano se resume muito ao nome”, acrescenta.
Música é essencial
Nesse momento de pandemia, o cantor conseguiu emplacar dois álbuns e fala sobre a importância da música na vida das pessoas, principalmente num momento tão delicado que o país vive.
“A música é imprescindível, por esse momento ou não. O momento é realmente delicado, como sempre foi, já que nunca foi às mil maravilhas. Vivemos uma época fantástica até que ela foi abruptamente encerrada dado aos acontecimentos do mundo, mas a música sempre foi imprescindível”, afirma Chico Chico.
Uma das intenções com esse novo trabalho também foi trazer a MPB com uma roupagem mais moderna e instigar as pessoas com muito sentimento, verdade e uma ressignificação das raízes da música brasileira.
Projeto solo
Com o disco já lançado, Chico Chico já tem seu próximo projeto em mente e está se preparando para executar.
“Estou trabalhando no meu projeto solo junto com o Ivan Cavaza, com o Pedro Franco e o Pedro Fonseca. Já começamos a lançar singles nesse ano e a ideia é lançar mais dois ainda nesse semestre e depois finalizarmos com um disco”, finaliza Chico Chico.
Algumas das faixas já haviam sido lançadas como singles para o público ter um gostinho do que vinha por aí e agora o álbum completo já pode ser conferido em todas as plataformas digitais.
* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.