As longas filas vão continuar até 2013, quando o TCA promete vendas de ingressos online
Começa a venda de ingressos para um show ou espetáculo teatral de destaque e, pronto, forma-se a conhecida fila quilométrica na porta dos teatros, principalmente o maior do Estado, o Castro Alves. Alguns fãs mais corajosos chegam na noite anterior ao do início das vendas. Nos Serviços de Atendimento ao Cidadão (SAC), onde o TCA também oferece os bilhetes, o caos se instala, com consumidores reclamando de senhas insuficientes e tensos, sem saber se ainda haverá ingressos na hora em que chegar ao guichê.
Essa realidade ainda vai demorar um pouco para mudar. O Teatro Castro Alves prepara edital, previsto para março de 2013, que vai abrir uma licitação pública com as empresas interessadas em vender os ingressos do local pela internet. "Por sermos um espaço público, não é um processo fácil. Temos que analisar diversos fatores como de que forma os valores serão recolhidos e repassados para os produtores", explica a diretora artística do TCA, Rose Lima.
No Brasil, ainda existem poucos espaços culturais públicos com vendas de ingressos pela internet. Dois funcionários do teatro estiveram recentemente no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, um dos que já vende bilhetes online, para estudar o edital utilizado por eles e adaptar à realidade baiana. "É uma frustração para a gente não ter conseguido ainda fazer as vendas online", admite Rose. Até meados de 2013, o público que quiser assistir à um grande evento no Teatro Castro Alves ou na Concha Acústica terá que continuar enfrentando as longas filas. O Teatro Sesc-Casa do Comércio é outro espaço cultural que planeja começar a vender ingressos online apenas no segundo semestre de 2013.
Online - Os teatros Jorge Amado, Isba e Módulo já disponibilizam os ingressos pela internet. O bilhete fica mais caro devido a uma taxa de conveniência cobrada pelas empresas de vendas online. "O público ainda está começando a se acostumar, porque paga mais caro, mas é cômodo porque evita fila e recebe o ingresso em casa", diz a diretora do Teatro Jorge Amado, Fernanda Tourinho.
A diretora do Teatro Módulo, Vadinha Moura, ressalta que a venda de ingressos online ainda não atinge nem 10% do total de bilheteria. "Não era o que esperávamos, mas vamos divulgar mais para esse número aumentar pois o serviço é bom para o público", diz.
Taxas - O professor de Direito do Consumidor da Universidade Católica do Salvador, Marques Neto, ressalta que a taxa de conveniência só pode ser cobrada se o ingresso for entregue na casa do cliente ou algum tipo de contrapartida. "Se a pessoa for buscar em um guichê diferenciado no teatro ou precisar imprimir o bilhete em casa, é uma taxa ilegal. Nada pode ser cobrado se não houver uma contrapartida", diz. Ele destaca o caso dos estacionamentos pagos, que só podem cobrar dos motoristas o valor fracionado do tempo em que os veículos permanecem estacionados.