Chico Castro Jr.
Formada por amigos da escola, a banda lançou CD recentemente
Fãs das levadas tropicais-stoneanas do Barão Vermelho e afins têm uma opção legal na cena local. É o quarteto Radiatta, que vem surgindo meio de mansinho, mas trabalhando direito, tocando para quem os quiser ouvir, sem escolher público: escolas, confraternizações de empresas, batizados e inferninhos, sem distinção.
"Já tocamos juntos há muito tempo, desde os tempos da escola. Sempre fizemos esse som meio Rolling Stones", conta o vocalista e guitarrista-base Carlos Magno.
O grupo soltou dia desses um álbum com dez faixas autorais, nas quais se destaca o excelente trabalho de Bruno Uzeda (também da Síncope, de heavy metal), guitar hero insuspeito, ainda a ser devidamente apreciado na cena. "Bruno é um puta guitarrista, e muito versátil: toca jazz, rock, metal", afirma Magno.
Nesta sexta-feira, 26, a banda se apresenta no Red River Café. Esperto, o quarteto joga para a torcida, atacando um repertório eminentemente classic rock, com releituras dos já citados Stones e Barão, mais Beatles, Creedence, Elvis, etc, com as canções próprias inseridas ali pelo meio, para a galera ir se familiarizando.
Na verdade, a Radiatta, de início, seria só uma banda cover da gangue do Mick Jagger, mas depois os caras resolveram chutar o balde: "Se Salvador já não suporta a gente tocando rock, vamos fazer logo autoral. Pelo menos, fazemos algo nosso", raciocina.
Não morreu: ficou seletivo
Material lançado, banda na ativa, Carlos Magno & Cia vão curtindo e tocando por aí - pelo menos, quando não estão trabalhando em seus empregos formais.
"Sou professor no Sartre COC e no Antonio Vieira, no primeiro e segundo anos do ensino médio. Ah, os alunos adoram, dá até um alívio ver que tem uma parte que se salva no rock. Sinal de que não morre tão cedo", conta.
"Esse papo de que o rock morreu é furado. O rock morreu para quem não procura pelo rock. Pode não tocar nas rádios de Salvador, mas as bandas que eu gosto ainda estão aí. Eu costumo dizer que o rock não morreu: ele só ficou mais seletivo", diverte-se.
Sexta classic rock
Como é feriado, nesta terça não tem Quanto Vale o Show?. Mas a sexta-feira no Dubliner's tem Abismo Solar (Black Sabbath cover) e Fountainhead (Rush cover). 23 horas, R$ 20.
União hardcore
O pessoal do coletivo TomanacaraHC, inconformistas incorrigíveis, organiza show com Motim 13 (Pojuca), Culinária Guerrilha, Ivan Motoserra e Derrube o Muro - mais bate-papo com César Oliveira (BSB Hardcore), intervenções, exposição da revista Nihil e Mini Bazar Cultural. Domingo, no Diqbrada (Av. Dorival Caymmi, em frente as dunas de Itapuã). A partir das 14 horas, pague o quanto puder.