Até o momento, o governo da Argentina não comentou a decisão da Venezuela de nacionalizar a siderúrgica Sidor, de capital argentino. O gerente de Planejamento Institucional da Sidor, Luis Domínguez, afirmou em entrevista à rádio América, de Buenos Aires, que Chávez deveria ?reconsiderar? a decisão, ressaltando que ?está em jogo o ideal de integração do Mercosul?. Para Domínguez, há uma "vontade? da siderúrgica de concluir a negociação do contrato coletivo de trabalho, problema que teria motivado a decisão do governo venezuelano. Os trabalhadores da siderúrgica estão hoje paralisados, como afirmam fontes sindicais.
Domínguez lembrou que o ?presidente Chávez não se pronunciou ainda? diretamente à empresa sobre sua decisão. O executivo se mostrou confiante de que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, defenda a Sidor junto a Chávez, devido à estreita relação pessoal que mantém com Paolo Rocca, presidente do grupo Techint, controlador da Sidor.
Ele destacou ainda que a ?Sidor é um exemplo precursor por muitos anos do que hoje em dia se tenta concretizar, que é a incorporação da Venezuela no Mercosul. Há mais de dez anos que a Sidor é um exemplo palpável do que podem fazer juntos e trabalhando lado a lado venezuelanos, argentinos e brasileiros?, disse. Do lado brasileiro, a Usiminas possui 16,6% das ações do Consórcio Amazônia, empresa controladora da Sidor.
A União Industrial Argentina (UIA) também alertou que a decisão da Venezuela prejudica a integração comercial e produtiva com a Argentina. Em nota, a UIA afirma que ?a concretização de medidas como as anunciadas ontem gerará, sem dúvida, um impacto negativo naquelas empresas que iniciaram ou buscam iniciar projetos de complementação produtiva em ambos os países?.