Sem poder olhar para o mercado acionário de Nova York, fechado hoje, mas com a ajuda de Eletrobrás, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou o dia em novo recorde histórico, aos 42.069 pontos, após subir 0,37%. O recorde anterior, de 41.979 pontos, foi registrado no dia 9 de maio deste ano.
Na máxima do dia, o índice cravou também o recorde intraday (estabelecido durante um pregão, e não no fechamento), ao atingir os 42.308 pontos, com alta de 0,94%. A Bolsa subiu durante todo o pregão: na mínima pontuação do dia, o Ibovespa ficou estável em relação ao encerramento dos negócios ontem. O volume negociado, apesar da ausência dos investidores norte-americanos, que celebram hoje o Dia de Ação de Graças, foi de R$ 2,18 bilhões.
O mercado financeiro reagiu bem nesse primeiro momento à idéia do governo de transformar a Eletrobrás na Petrobras do setor elétrico. As ações da Eletrobrás lideraram desde a abertura a lista de maiores altas do Ibovespa, dando sustentação à alta da Bolsa. A ação ordinária avançou 7,36%, liderando o ranking, e a preferencial classe B registrou ganho de 3,55%.
Segundo relatou ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, após reunião com o presidente Lula para discutir infra-estrutura, uma das hipóteses que deverá ser estudada mais a fundo é a venda da participação acionária do governo na Eletrobrás para permitir à empresa levantar mais recursos. Outra idéia seria alterar a legislação que impede a estatal de captar recursos no mercado externo.
Submarino
O volume financeiro mais elevado se deve em parte também aos negócios com ações das empresas de comércio eletrônico Submarino e Americanas.com, que anunciaram esta manhã um acordo de fusão.
As ações ordinárias da Submarino, empresa que teria mais a ganhar com essa união, dispararam 15,81% e foram responsáveis pelo maior movimento financeiro do pregão. Já as preferenciais de Americanas.com abriram em alta de mais de 6%, mas reverteram o sinal e caíram 8,26%. Há dúvidas sobre como deverá ser a composição entre os acionistas da Lojas Americanas. Segundo comunicado enviado ao mercado, Lojas Americanas terá 53,25% do capital social total e votante da nova companhia, batizada de B2W, e os acionistas de Submarino passarão a deter, em sua totalidade, ações representativas de 46,75% do capital social total da nova empresa. As empresas não forneceram detalhes financeiros da operação.