As exportações brasileiras de carne bovina estão em franco crescimento apesar de alguns países manterem embargos ao produto por causa de focos de febre aftosa detectados há um ano, informaram hoje fontes do setor.
O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, exportou em outubro 221.267 toneladas do produto, cerca de 44,96% a mais que no mesmo mês de 2005, segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
As divisas por esse conceito somaram US$ 392 milhões, o que significa um crescimento de 81,67% perante outubro do ano passado.
O presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, destacou em comunicado que esse aumento das exportações se deve em parte à estratégia dos produtores brasileiros, que modernizaram suas estruturas industriais para vencer as barreiras impostas por alguns países.
"O Brasil é o único país que recebeu a visita de quatro missões veterinárias da União Européia (UE) em um ano e não sofreu qualquer embargo adicional", destacou Pratini de Moraes em referência às restrições que ainda pesam sobre a carne brasileira em alguns países por causa da aftosa.
Os focos de aftosa foram detectados em outubro de 2005 no Mato Grosso do Sul, na fornteira com o Paraguai e Bolívia, o que levou meia centena de países a suspender as compras de carne brasileira, mas alguns deles já levantaram total ou parcialmente o veto.
A UE, por exemplo, mantém o veto à carne procedente do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, enquanto a Rússia, principal comprador individual, só continua com o embargo à carne do Mato Grosso do Sul, segundo a Abiec.
Nos primeiros dez meses do ano o Brasil exportou 1.968.174 toneladas de carne bovina, 6,93% a mais que no mesmo período de 2005.
O valor exportado até outubro aumentou 22,8% e alcançou os US$ 3,191 bilhões, acrescentou o balanço da Abiec.